Segundo fontes do agronegócio, mesmo após duas vitórias na Justiça, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) pode desistir da ação civil pública movida contra a Bracell, produtora de celulose do grupo asiático Royal Golden Eagle (RGE).
O movimento iria contra as orientações dos advogados que representam a associação, dos escritórios Modesto Carvalhosa Advogados e Chiarottino & Nicoletti Advogados, e parte dos associados. As fontes afirmam ainda que houve forte pressão sobre o comando da Abag para que a entidade deixasse o processo.
A ação foi movida em conjunto com a Associação dos Plantadores de Cana do Médio Tietê (Ascana), e, caso a Abag recue, outras entidades podem estar interessadas em participar.
Para fontes do setor, a decisão causa estranheza, já que a associação tem obtido vitórias na Justiça.
O início da ação civil pública foi aprovado em assembleias da Abag em abril, e na semana passada houve a primeira conquista judicial, que determinou a proibição da compra de terras pela Bracell.
A produtora de celulose se defendeu e, em nota, disse que as acusações são infundadas e “sem cabimento”. O grupo recorreu da liminar, mas a decisão foi mantida pela desembargadora Jane Franco Martins, da 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
A Abag informou que “continua consultando seus associados e ainda não decidiu por qualquer decisão final”.