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Apesar das novas capacidades, setor espera melhora na demanda a partir de 2024

O mercado aponta para uma normalização e recuperação da relação de oferta e demanda a partir de 2024, com a finalização dos estoques nos clientes e novos pedidos movimentando o setor

Nos dias 8 e 9 de agosto, o Nexum Group acompanhou a 18ª Conferência de Produtos Florestais na América Latina da Fastmarkets RISI, que reuniu importantes players do setor de papel e celulose.

Na oportunidade, os palestrantes da Fastmarkets e os painéis de debate com executivos da indústria trouxeram importantes insights sobre as tendências para o mercado no próximo ano.

O cenário para 2023 permanece desafiador, com inflação e juros altos em um contexto global. Contudo, conforme apresentado por especialistas, o horizonte para o setor a partir de 2024 é mais otimista.

Este ano, a indústria tem apresentado um desempenho mais fraco, marcando o fim da demanda gerada durante a pandemia de Covid-19. Nesse sentido, os produtores de celulose indicam que seus clientes ainda estão consumindo os materiais estocados durante este período. Assim, as perspectivas para o curto prazo na demanda permanecem pessimistas em todas as regiões do mundo.

Diante desse cenário, o mercado aponta para uma normalização e recuperação da relação de oferta e demanda a partir de 2024, com a finalização destes estoques e novos pedidos movimentando o setor.

Para atendê-los, a indústria da commodity conta com novas capacidades entrando em operação. No primeiro semestre deste ano, a América Latina recebeu o start-up de duas novas plantas – o Projeto MAPA, da chilena Arauco, com aumento da capacidade em 1,56 milhão de toneladas anuais; e a UPM Paso de los Toros, no Uruguai, com capacidade de produção anual de 2,1 milhões de toneladas.

Na Finlândia, a Metsä Fibre deve iniciar uma nova unidade no terceiro trimestre, com capacidade cerca de 1,5 milhão de toneladas.

No Brasil, líder na produção e exportação de celulose, há ainda o Projeto BioCMPC, que deve aumentar a capacidade da multinacional chilena CMPC em 18% ou 350 mil toneladas por ano, por meio de modernização operacional. O país também acompanha o Projeto Cerrado, da Suzano, previsto para entrar em operação em junho de 2024. A nova fábrica produzirá 2,55 milhões de toneladas ao ano, ampliando a capacidade instalada de celulose de mercado da empresa para 13,5 milhões de toneladas anuais.

Além destes projetos, o Brasil também já anunciou a chegada de uma nova planta da Arauco, o Projeto Sucuriú, bem como a intenção da Paper Excellence de realizar novos investimentos estratégicos no país.

Já no Paraguai, a Paracel, primeira fábrica de celulose do país, deve iniciar as obras de construção da planta em 2024, de acordo com Per Olofsson, presidente do Conselho de Administração da companhia. O projeto compreende uma capacidade de produção de 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano.

Desse modo, a expansão da capacidade em larga escala se combinará com os estoques recordes dos produtores para resultar em ampla oferta de celulose de mercado.

Nesse contexto, ainda há certa preocupação quanto ao excesso de oferta neste mercado, além do desafio dos preços em queda, com tendência de permanecer em baixa.

Apesar disso, ainda há oportunidades de crescimento para a celulose fluff, com uma possível expansão na demanda de produtos de cuidados pessoais que utilizam este material em sua fabricação.

Outro desafio para os produtores, a disponibilidade de madeira ou áreas para cultivo permanece apertada, devido a quantidade de players – do setor de papel e celulose ou outros – disputando os insumos disponíveis. Essa grande procura também elevou os preços da matéria-prima para celulose.

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Bianca Machado

Bianca Machado é jornalista, pós-graduada em Gestão da Comunicação Digital e Mídias Sociais e desde 2021 escreve sobre os mercados de papel e celulose.

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