Arauco enfrenta escassez de insumos na Argentina
A indústria de base florestal tem enfrentado problemas para importar insumos básicos, em razão das restrições impostas pelo governo argentino para compras no exterior
A indústria de base florestal na Argentina tem enfrentado problemas para importar insumos básicos – que não são produzidos no país –, obrigando empresas a interromperem ou diminuírem suas atividades.
Com isso, o presidente da Associação dos Produtores Florestais, Industriais e Comerciantes de Misiones e Nordeste de Corrientes (Apicofom), Guillermo Fachinello, aderiu às reivindicações contra o Governo Nacional pela falta de insumos importados, decorrentes das restrições impostas pelo presidente Alberto Fernández para compras no exterior.
“Entendemos que o país precisa de dólares e acreditamos que a silvicultura é uma boa alternativa para essa geração, mas, para produzir, precisamos importar”, disse Fachinello. Para preservar as reservas em moeda estrangeira do Banco Central, o governo introduziu mudanças no sistema de importação (Sira) para que as empresas tenham dólares para comprar insumos ou produtos importados, embora com restrições.
Nesse sentido, o mercado argentino tem sofrido com a falta de produtos essenciais, afetando o abastecimento local e colocando em risco milhares de empregos em toda a cadeia produtiva. Produtores da província de Misiones, por exemplo, teme que a falta ou escassez de insumos pode levar ao fechamento de diversas fábricas, afetando a economia de todo o território.
A Arauco é uma das organizações em alerta, sendo a maior empresa florestal-industrial do país, que emprega diretamente mais de 4 mil pessoas em suas sete fábricas. Sua Planta Industrial de celulose de Puerto Esperanza, em Misiones, tem capacidade de produção de 350 mil toneladas por ano de celulose kraft e fluff, e um consumo aproximado de madeira de 1.900.000 toneladas por ano.
Em entrevista, Pablo Ruival, CEO da Arauco Argentina, afirmou que o mercado de câmbio era a principal dificuldade de acesso a insumos importados e que, embora tivessem conseguido acessá-lo em termos de investimentos, não tinha a fluidez que a companhia buscava.
Quando questionado sobre os principais inconvenientes que o setor florestal encontra, Ruival referiu-se principalmente à segurança jurídica e explicou: “Quando se investe em uma fábrica de celulose, três quartos do investimento são para a indústria. O quarto restante é para a terra que está habilitada para abastecer uma porcentagem significativa da unidade. Não se pode afundar dólares em uma fábrica e depois não ter a garantia de fornecimento. Pode ser possível trabalhar com base em contratos, mas sabemos que a Argentina tem certa insegurança em seu cumprimento. Nestas condições é difícil atrair capital estrangeiro, embora continuemos apostando na Argentina”.