A Arauco, produtora chilena de celulose, anunciou que está empenhada em reduzir a ocorrência e fontes de incêndios. Sua estratégia atual tem como principal foco a proteção das zonas de interface urbano-rural, regiões em que se originam 42% dos incêndios.
Com ampla experiência adquirida em seus anos trabalhando no setor florestal, a empresa concluiu que a melhor prevenção se baseia no trabalho coordenado de diferentes atores. Dessa forma, trabalha em conjunto com a Red de Prevención Comunitaria, que integra cerca de 400 comitês, em mais de 80 municípios entre O’Higgins e Los Lagos, no Chile.
Outra ação adotada pela empresa é o trabalho de prevenção social, que busca conscientizar as comunidades sobre os efeitos dos incêndios, além de patrulhas preventivas em dias de alerta, o fortalecimento do combate com mais tecnologias e recursos, e protegendo áreas habitadas por meio de cinturões de proteção.
Esse trabalho colaborativo entre diferentes atores também inclui a Corma – uma associação comercial comprometida com o desenvolvimento sustentável que integra oito empresas florestais – e o CONAF (Corporação Nacional Florestal), uma entidade de direito privado vinculada ao Ministério da Agricultura do Chile. Além disso, também estão inclusos os municípios, empresas elétricas, bombeiros e as instituições associadas ao sistema de proteção civil para ter um ambiente mais seguro e ao mesmo tempo, alertar e manter os cinturões de proteção em boas condições.
Na Arauco, a estratégia de prevenção e combate para a época de incêndios 2022-2023 contempla um investimento de US$ 57 milhões, com recursos significativos que permitirão reforçar o combate aos acidentes e assim conter os focos de forma rápida e contundente na sua fase inicial. Destas, destaca-se uma frota de aeronaves, com um mega helicóptero, três helicópteros de grande porte, 17 helicópteros leves, 11 aviões e três aviões de coordenação com câmeras ótico-térmicas.
Para o combate terrestre a empresa conta com o apoio de mais de 1.400 brigadistas profissionais, 1.430 pessoas de apoio e 1.200 brigadistas florestais que se encarregarão do combate aos incêndios. Isso além das Brigadas Noturnas, que serão constituídas por mais de 280 brigadistas profissionais formados para trabalhar no combate a incêndios nestas circunstâncias, que serão apoiados por quatro drones que lhes permitirão planear e combater acidentes.
A isto também se somam 20 brigadas mecanizadas (Skidder), que permitem à empresa cortar combustível, tanto preventivamente como durante um incêndio. Elas operam em turno duplo, aumentando em quase 40% a capacidade da Arauco de fazer linhas corta-fogo.
Além disso, existem 138 pontos de detecção, dos quais 82 correspondem a câmeras de robôs e tecnologia de satélite que permitirá complementar o trabalho de proteção.
AS PRINCIPAIS LINHAS DE TRABALHO
A Arauco categorizou suas principais linhas de trabalho em quatro, que são:
- Rede comunitária de prevenção
A rede comunitária de prevenção é uma organização que articula a criação de Comitês Locais de Prevenção em que vizinhos, autoridades e empresas trabalham em conjunto. Com foco no trabalho colaborativo, cada comitê elabora um Plano Local de Prevenção, de acordo com as necessidades e características geográficas de cada setor.
- Reforço do combate
Contempla a injeção de novos recursos para conter rapidamente os focos na sua fase inicial, o que se traduz na utilização de recursos aéreos e terrestres, no destacamento de brigadas de combate noturno e no aumento progressivo da capacidade de água.
- Cinturões de proteção em zonas habitadas
Essa linha de trabalho busca proteger as zonas habitadas adjacentes às plantações, onde se mantém uma faixa corta-combustível e se realizam ações florestais preventivas, como o aumento da distância entre as árvores, a poda em altura e não só a redução de material vegetal. No total, são 466 quilômetros de proteção para cidades e vilas.
- Conglomerados e proteção do patrimônio
O principal objetivo é reduzir a propagação, facilitar o combate e limitar o impacto por meio de uma rede de corte de combustível. Essa iniciativa busca avançar na proteção do patrimônio da Arauco e consiste na intervenção dos 41 atuais conglomerados, de forma a dividir o território para evitar a propagação dos incêndios.