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Brasil é o ‘sweet spot’ da indústria global de celulose, diz CEO da Bracell

Segundo Praveen Singhavi, o país ocupa uma posição relevante nos planos de grandes investidores do setor, incluindo a RGE, dona da Bracell

O grupo asiático Royal Golden Eagle (RGE), dono da Bracell, produtora brasileira de celulose solúvel e branqueada de eucalipto, é atualmente o segundo maior produtor de celulose de mercado do mundo. Com mais de US$ 35 bilhões em ativos e 70 mil funcionários globalmente, o conglomerado planeja se desenvolver ainda mais no Brasil, tendo o país como centro da sua estratégia de crescimento.

Nesse sentido, além do investimento bilionário para compra e expansão da planta em Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, a Bracell está investindo R$ 2,5 bilhões em uma megafábrica de tissue no mesmo município e outros R$ 2,5 bilhões em uma unidade de químicos usados na produção de celulose, também em Lençóis Paulista (SP). Em duas décadas anos, os investimentos da companhia ultrapassam US$ 6,5 bilhões.

“O Brasil é o ‘sweet spot’ da indústria global de celulose”, afirmou Praveen Singhavi, CEO da Bracell, em entrevista ao Valor Econômico. Essa é a  primeira entrevista do executivo à frente do cargo que ocupa desde o ano passado. Antes disso, Singhav esteve à frente de outra operação do grupo, a April, por quase 16 anos.

De acordo com o executivo, suporte do governo ao setor de celulose e papel, bem como a existência de um ecossistema maduro que contribui para a evolução da indústria local e disponibilidade de terras conferem ao Brasil posição relevante nos planos de grandes investidores do setor, incluindo a RGE. Além disso, há a competitividade da celulose produzida no país, com os menores custos do mundo, o que se deve também às condições favoráveis de clima e solo.

Somada as capacidades das fábricas de Camaçari (BA) e Lençóis Paulista (SP), a Bracell pode produzir três milhões de toneladas de celulose kraft ou dois milhões de toneladas de celulose solúvel por ano. Para embarcar sua produção com destino ao mercado externo, a companhia investiu cerca de R$ 1 bilhão no terminal portuário no Porto de Santos (SP).

No segmento de celulose, o próximo projeto da companhia, que deve ocorrer em dois anos, prevê o investimento de R$ 300 milhões para modernização da fábrica de celulose solúvel e de celulose solúvel especial de Camaçari (BA). A planta foi a porta de entrada do grupo asiático no Brasil, mediante a compra da antiga Copener Florestal e da Klabin Bacell, em 2003. Até 2030, o pacote de investimento deve chegar a R$ 1 bilhão.

Atualmente, a Bracell conta com operações industriais e florestais na Bahia, em São Paulo, Pernambuco e Mato Grosso do Sul, com mais de 11 mil funcionários – quase quatro vezes o número que tinha há quatro anos. “A Bracell é uma companhia brasileira, com investidor estrangeiro”, disse o executivo. “O importante é seguir as leis do país, então estamos dentro da legislação de terras”, acrescentou.

Em relação à sustentabilidade, Singhavia afirmou que a empresa do grupo RGE busca a recertificação do Forest Stewardiship Council (FSC) – o mais rigoroso selo relativo às boas práticas de manejo florestal. Nesse sentido, a  Bracell já cumpre todos os requisitos e tem um dos mais ambiciosos planos: para cada hectare plantado no país, um hectare será preservado, o chamado “Compromisso Um para Um”.

Fonte
Valor Econômico
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