Celulosa Argentina entra em recuperação judicial após mudança de controle acionário
Com dívida superior a US$ 128 milhões e queda de 44% na receita, fabricante tenta reestruturar operações sob supervisão judicial
Apenas uma semana após a confirmação de sua venda, a Celulosa Argentina entrou oficialmente em processo de recuperação judicial. O Tribunal Cível e Comercial de Primeira Instância de San Lorenzo determinou a abertura do processo, solicitado pela empresa no início de setembro.
“O Tribunal Cível e Comercial de Primeira Instância de San Lorenzo declarou aberto o processo de falência da empresa, que foi protocolado no tribunal em 5 de setembro”, disse a companhia em comunicado enviado à Comissão Nacional de Valores Mobiliários.
A decisão ocorre em meio à tentativa da empresa de negociar com credores e evitar a falência, após um pedido protocolado pela Tecmaco Integral, especializada em locação e venda de máquinas. A dívida financeira da Celulosa Argentina ultrapassa US$ 128 milhões.
Em paralelo, o controle acionário da companhia também passou por mudanças recentes. O empresário Esteban Nofal, proprietário do grupo CIMA, adquiriu uma participação expressiva e tornou-se o principal acionista, substituindo o grupo Tapebicuá Investment Company, formado por José Urtubey, Juan Collado e Douglas Albrecht.
O último relatório financeiro da Celulosa, referente ao semestre encerrado em 31 de maio, apresentou prejuízo de US$ 172,6 milhões, revertendo o lucro de US$ 37,8 milhões obtido no mesmo período do ano anterior. A empresa atribuiu o resultado negativo à queda de 44% na receita, que somou US$ 258,6 milhões, impactada pela redução no volume de vendas, pela desvalorização dos preços e pela baixa competitividade das exportações.
Mesmo com planos de corte de custos, a companhia segue com margem operacional negativa, agravando a crise financeira que já vinha se desenhando nos últimos trimestres.










