CFO da Suzano: “Estamos no meio de ciclo positivo que ainda vai perdurar mais algum tempo”
Marcelo Bacci falou que o desempenho da companhia está relacionado às decisões assertivas da gestão
da guerra entre Rússia e Ucrânia, que restringiu a oferta global da commodity. Este contexto colaborou com a receita da produtora de celulose Suzano, que teve um aumento de 17% em sua receita líquida no segundo trimestre de 2022, na comparação anual.
Segundo Marcelo Bacci, CFO da empresa, o desempenho positivo da companhia não se dá apenas por conta desse cenário, mas também em razão das decisões assertivas da gestão da companhia, como, por exemplo, ter captado recursos em 2021 além do necessário, evitando que tivesse que buscar recursos hoje, com taxas de juros maiores.
Em entrevista, o executivo apontou que o valor atual das ações negociadas não reflete os bons fundamentos da companhia, e por isso, depois ter usado cerca de R$ 1 bilhão para recomprar 20 milhões de papéis, a empresa está pondo em prática um novo programa de recompra, da mesma dimensão que o anterior.
“Nossa dívida líquida de US$ 10,5 bilhões se manteve estável de um ano para o outro, mesmo em meio a um programa de investimentos muito forte”, disse o CFO. “A gente investiu de volta no nosso negócio todo o caixa que a gente gerou neste trimestre. Isso incluiu também algumas aquisições de terras muito importantes para o futuro do nosso negócio”, completou.
Desde 2018 a Suzano vem reduzindo sua alavancagem (relação percentual entre a dívida líquida e a geração operacional de caixa medida pelo Ebitda, que é o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Entre o segundo trimestre de 2021 para o de 2022, o indicador caiu de 3,3x para 2,3x.
“Estamos num mercado cíclico. O preço da celulose está muito alto, ele provavelmente vai cair em algum momento, mas a gente acredita que estamos no meio de ciclo positivo que ainda vai perdurar mais algum tempo”, afirmou Bacci.