Com destaque em papel e celulose, cenário industrial do ES cresce 2,7% em junho
O crescimento da indústria capixaba foi impulsionado pelos setores de celulose e papel, metalurgia, petróleo e gás, além da produção de pelotas de minério
A produção industrial do Espírito Santo registrou um crescimento de 2,7% em junho de 2024 em relação a maio, conforme a Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE. O Estado alcançou o quinto melhor desempenho entre as 15 localidades analisadas no Brasil, impulsionado pelos setores de celulose e papel, metalurgia, petróleo e gás, além da produção de pelotas de minério.
No período, as indústrias extrativas e de transformação do Espírito Santo apresentaram resultados expressivos. A indústria extrativa cresceu 11,3%, enquanto a de transformação avançou 4,9%. Nesse segmento, a fabricação de celulose e papel teve alta de 4,2%, e a metalurgia subiu 5,5%.
Marília Silva, gerente executiva do Observatório da Indústria e economista-chefe da Findes, destacou a continuidade da recuperação da indústria de transformação no Estado, com perspectivas positivas. “Para esse segmento é esperada uma continuidade na sua recuperação, influenciada, principalmente, pela metalurgia. Ainda que o setor esteja vivendo desafios relacionados à concorrência global com os produtos chineses, conforme apontado pelo relatório geral da ArcelorMittal, a empresa espera uma melhora de demanda externa para o segundo semestre do ano, com a expectativa de recuperação de estoque na Europa”, afirmou.
Nos últimos 12 meses até junho, a produção industrial capixaba acumulou alta de 11,5%, o segundo maior crescimento do Brasil. A indústria extrativa foi a principal responsável, com alta de 16,9%, seguida pela indústria de transformação, que cresceu 2,3%.
Entre as quatro atividades analisadas na indústria de transformação, apenas a fabricação de produtos de minerais não metálicos apresentou queda, de 2,4%. Por outro lado, a produção de celulose e papel aumentou 10,3%, a metalurgia avançou 2,7% e a fabricação de alimentos registrou crescimento de 1,3%.
No cenário nacional, a produção industrial aumentou 4,1% em junho, revertendo dois meses de queda. Esse crescimento foi puxado pela indústria extrativa, que avançou 2,5%, e pela indústria de transformação, que cresceu 4,5%. Das 25 atividades analisadas, 16 apresentaram crescimento, com destaque para os setores de coque, produtos químicos e alimentícios. Por outro lado, alguns segmentos como transporte (-5,5%), couro (-4,1%) e vestuário (-2,7%) registraram retração.
Paulo Baraona, presidente da Findes, reforçou que os bons resultados destacam os esforços para gerar mais negócios, aumentar a produtividade e atender às novas demandas de mercado. Entre as iniciativas recentes, estão a inauguração de centros de excelência em Mobilidade e Energias Renováveis e a assinatura de um protocolo de intenções entre a Findes, Petrobras e o governo do Estado para captura e armazenamento de CO2.
“A indústria capixaba está em constante atualização, sempre buscando inovar, se tornar mais produtiva e sustentável. A assinatura do protocolo de CCUS, por exemplo, mostra o compromisso com a Agenda ESG (social, ambiental e governança). E eventos como a Mec Show destacam a capacidade das nossas indústrias de produzirem com qualidade e atenderem além do mercado capixaba”, afirmou Baraona. Ele também mencionou que o Espírito Santo deverá receber R$ 86,2 bilhões em investimentos até 2029, com mais de 260 projetos previstos para o setor produtivo. “Estamos atentos a essas oportunidades e as que a nova política industrial nacional, a NIB, vai trazer para o Estado”, completou.