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Com expansão de projetos, Suzano transforma prejuízo em lucro no 3º trimestre

Alta no volume de vendas e valorização do dólar impulsionam resultado positivo da gigante da celulose

A Suzano, líder global na produção de celulose e especialista em bioprodutos de eucalipto, encerrou o terceiro trimestre de 2024 com lucro líquido de R$ 3,22 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 733 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. A receita líquida da empresa alcançou R$ 12,27 bilhões, um aumento de 37%, impulsionado pela valorização do dólar em relação ao real e pelo maior volume de vendas.

O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da empresa teve alta de 77% no período, somando R$ 6,41 bilhões, com a margem avançando de 40% para 52%. O custo caixa sem considerar paradas de manutenção foi de R$ 863 por tonelada, mantendo-se no mesmo nível do ano anterior. “Esse cenário já ficou para trás”, comentou o presidente da Suzano, Beto Abreu. “Entramos em outubro com o nível de custo caixa bem menor, não só em função da sazonalidade e paradas, como também do volume adicional que o Projeto Cerrado já começa a produzir”, acrescentou.

No trimestre, as vendas em volume totalizaram 2,99 milhões de toneladas, 6% acima do mesmo período de 2023, sendo 2,63 milhões de toneladas de celulose e 360 mil de papel, com crescimento de 6% e 9%, respectivamente. O preço médio líquido da celulose foi de US$ 671 por tonelada, representando uma alta de 23% em dólares e de 40% em reais, refletindo a valorização cambial.

A geração de caixa operacional subiu 132% para R$ 4,39 bilhões, enquanto os investimentos totalizaram R$ 5,73 bilhões, em grande parte destinados ao Projeto Cerrado em Ribas do Rio Pardo (MS) e à expansão em Aracruz (ES), com uma nova fábrica de tissue e caldeira de biomassa.

O resultado financeiro foi positivo em R$ 867 milhões, contrastando com a perda de R$ 3,49 bilhões no ano passado. Segundo Abreu, a Suzano monitora a recuperação dos preços da celulose: “Vamos aguardar para ver como o mercado vai se movimentar, mas do ponto de vista de negócio, de balanço e de custo, estamos bastante preparados para qualquer situação”.

Com a expansão do Projeto Cerrado, a empresa prevê fortalecer sua estratégia de internacionalização e aumentar sua presença na cadeia de valor, de forma gradual e com avaliação cautelosa do mercado.

A relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado em dólares, que era de 3,5 vezes no início do ano, reduziu para 3,1 vezes em setembro. Sobre aquisições, Abreu afirmou que a empresa continuará avaliando oportunidades que não comprometam a alavancagem financeira da companhia.

Fonte
Valor Econômico
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