De acordo com a Corma (Corporación Chilena de la Madera), 11% do patrimônio florestal produtivo do Chile foi destruído em três semanas, por conta dos incêndios que assolaram a região sul do país. Foram mais de 240 mil hectares de florestas plantadas afetadas pelo fogo entre janeiro e fevereiro.
Segundo a associação, a perda antecipa um déficit estrutural no abastecimento de madeira aos pequenos e médios produtores chilenos. Para as grandes do setor – Arauco e CMPC – estima-se um impacto financeiro de mais de US$ 100 milhões, ao todo.
Juan José Ugarte, presidente da Corma, explicou que, em parceria com o Instituto Florestal, estavam realizando um estudo exaustivo sobre o abastecimento de madeira a longo prazo, mas esta tragédia mudou radicalmente os números, então novas projeções para o futuro devem ser feitas.
“Em termos de abastecimento, haverá imediatamente uma colheita acelerada de madeira para salvar o que resta das florestas queimadas e, assim, abastecer a pequena e média indústria”, enfatizou Ugarte.
O presidente da associação acrescentou que a perda de floresta e a colheita precoce podem causar um déficit estrutural na oferta de madeira para pequenos e médios produtores. São quase quatro mil pequenos proprietários florestais que viram o patrimônio familiar reduzido a cinzas em poucas horas.
Nesse contexto, Juan alertou para a necessidade de enfrentar esse desafio social e econômico, já que o déficit no abastecimento das pequenas e médias empresas prejudica uma fonte essencial de emprego para um número significativo de trabalhadores de comunidades do centro-sul do Chile.
PERDAS NA INDÚSTRIA DEVIDO A INCÊNDIOS FLORESTAIS
Em seu último pronunciamento, a CMPC informou uma estimativa de mais de 22.500 hectares devastados pelo incêndio, o que, se não for recuperável, significaria um impacto financeiro de US$ 56 milhões.
Já a Arauco estima 47 mil hectares de plantações florestais produtivas potencialmente afetadas, com um impacto de US$ 50 milhões em seu balanço financeiro.