De lucro bilionário à prejuízo no terceiro trimestre: Suzano divulga resultados
A companhia foi afetada por preços mais baixos da celulose, menor volume de vendas da matéria-prima e despesa líquida elevada
A Suzano finalizou o terceiro trimestre com prejuízo líquido atribuído aos sócios da controladora de R$ 733 milhões, contra um lucro líquido de R$ 5,44 bilhões na comparação anual. A companhia foi afetada por preços mais baixos da celulose, menor volume de vendas da matéria-prima e despesa líquida elevada – em razão da variação cambial na dívida e na marcação a mercado de derivativos.
No período, a companhia alcançou receita líquida de R$ 8,95 bilhões, recuando 37% ante o ano anterior, resultado do menor volume de vendas, preços mais baixos de celulose e desvalorização do dólar ante o real. A queda foi de 2% frente ao trimestre imediatamente anterior.
Já o Ebitda ajustado caiu 57%, para R$ 3,7 bilhões, com margem de 41%. Na comparação ano a ano a margem caiu 20 pontos percentuais.
Entre julho e setembro, o volume de vendas da Suzano alcançou 2,82 milhões de toneladas, apresentando estabilidade na comparação trimestral e 10% inferior na comparação anual. Deste total, 2,49 milhões foram de celulose – seguindo a estratégia de reduzir a operação e o nível dos estoques – com baixa de 11% ante o ano passado e 1% contra o segundo trimestre. E, alinhada com o volume do ano anterior, as vendas de papel somaram 331 mil toneladas.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2022, o preço médio líquido da celulose vendida pela Suzano caiu 33%, enquanto o preço médio líquido do papel cresceu 3%.
Nesse contexto, a geração de caixa operacional recuou 73% na comparação interanual, para R$ 1,9 bilhão, embora os investimentos da companhia tenham crescido 9%, para R$ 4,4 bilhões. O custo caixa de produção de celulose, por sua vez, recuou 2% no trimestre – sem considerar paradas para manutenção – para R$ 861 por tonelada, ante o mesmo período no ano anterior. Na comparação trimestral, a queda foi de 6%.
De acordo com a Suzano, o menor consumo de insumos, principalmente gás natural e dióxido de cloro – em função da maior eficiência operacional –, preços menores de químicos e menor custo fixo colaboraram para diminuir o custo caixa em base trimestral. O custo de madeira, no entanto, permaneceu estável.
Por fim, a alavancagem financeira da companhia – medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado em dólares – chegou a 2,7 vezes, de 2,2 vezes três meses antes.