De olho no 4º trimestre, Klabin reajusta celulose
“Para o quarto trimestre, esperamos Ebitda sequencialmente melhor, com crescimento de um dígito alto versus o terceiro trimestre”, afirmou Marcos Ivo, diretor Financeiro e de Relações com Investidores
A Klabin, única produtora de três tipos de celulose no Brasil, anunciou um novo aumento nos preços da commodity, incluindo a celulose fluff, em todos os mercados.
Segundo Marcos Ivo, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Klabin, em entrevista ao Valor Econômico, os recentes aumentos de preço da celulose e a produção crescente da MP 28 – em operação desde junho deste ano, em Ortigueira (PR) – devem contribuir para o avanço do Ebitda no quarto trimestre de 2023. “Para o quarto trimestre, esperamos Ebitda sequencialmente melhor, com crescimento de um dígito alto versus o terceiro trimestre”, afirmou o executivo.
Nesta semana, a companhia divulgou os resultados do terceiro trimestre e o destaque foi a celulose fluff, com uma alta na demanda global – atribuída ao aumento na procura por fraldas geriátricas. No intervalo, a companhia vendeu 92 mil toneladas de celulose fluff, um valor recorde desde 2016, com a entrada em operação do Puma I. Atualmente a empresa tem capacidade para converter 80% do que produz de fibra longa em celulose fluff e tem operado nesse limite.
A celulose fluff também se destacou pelo diferencial de preços em relação à celulose de fibra curta. No terceiro trimestre deste ano, esse spread, ficou em US$ 410 por tonelada – nível recorde.
Nesse cenário, a Klabin anunciou um novo reajuste de US$ 80 por tonelada de celulose fluff para os preços de referência na Europa, América do Norte, região Ásia-Pacífico e América Latina, incluindo o Brasil. Já para a celulose de eucalipto, a empresa seguiu os demais produtores e anunciou reajustes de US$ 50 por tonelada no mercado chinês e US$ 80 por tonelada nos mercados europeus e norte-americanos, válidos a partir de novembro.
A Klabin reportou custo caixa de produção de celulose estável na comparação anual, mas o custo de caixa total, excluindo os efeitos de parada geral, caiu 3% na comparação anual e 6% na comparação com o segundo trimestre, para R$ 3.042 por tonelada.
De acordo com Ivo, a redução de preços de insumos, com destaque para químicos, iniciativas de redução de custos administrativos e a entrada em operação do projeto Puma II, contribuíram para esse desempenho. “Para o quarto trimestre, esperamos estabilidade do custo total, com viés de baixa”, afirmou.
Para o executivo, a Klabin segue focada em completar a curva de aprendizagem de Puma II e os investimentos no Projeto Figueira antes de lançar um novo plano de crescimento.