Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021, o Brasil assumiu o compromisso de recuperar 16 milhões de hectares de áreas florestais desmatadas, o equivalente a 230 vezes o território de Salvador.
Para Wilson Andrade, diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf), foi um passo importante para o país, em razão do grande potencial para a economia de baixo carbono. Contudo, o executivo alerta que a meta só será atingida com a participação de todo o setor produtivo nacional.
O assunto é um dos temas abordados no VI Congresso Brasileiro de Reflorestamento Ambiental, realizado pela Abaf em parceria com o Centro de Desenvolvimento do Agronegócio e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. O evento, que acontece online e presencialmente na cidade de Salvador, vai até sexta-feira, 5 de agosto. Durante o congresso, serão abordadas estratégias para recuperar áreas degradadas, opções de financiamentos, além da apresentação dos benefícios econômicos da atividade e novas tecnologias para o plantio.
A Bahia é um território relevante para a pauta, pois possui 16% da produção de celulose do país e 3% da produção de papel nacional. O setor florestal representa 4,5% das receitas de impostos arrecadados e 5% do PIB no estado.
Para impulsionar ainda mais o potencial do setor, Andrade relata que pretende fazer um plano estadual para a área florestal nos próximos dez anos, seguindo o que o estado do Mato Grosso do Sul fez – resultando em uma região que há dez anos tinha 300 mil hectares e hoje possui mais de 1 milhão de hectares.
“Nós tínhamos 500 mil hectares e hoje temos 700 mil hectares, ou seja, a Bahia tem uma taxa de crescimento que pode melhorar em todos os segmentos que utilizam madeira no estado”, declarou o executivo.
Wilson aponta ainda que o setor auxilia na preservação do meio ambiente, já que as florestas plantadas impulsionam os cuidados com o solo e a biodiversidade. “Quando se tem bons projetos, bem administrados, como o setor florestal tem, o que acontece é uma melhora no uso dos recursos hídricos, há um aumento na captura de carbono, tanto nas raízes, caules e folhas das plantas, trazendo benefícios econômicos, sociais e ambientais”, aponta o diretor.
Além disso, a base florestal segue preservando uma taxa acima do exigido pelo Código Florestal, alcançando 50%. “A exigência é de 20%, mas na hora que mostram que tem a obrigação de preservar 20%, e preservam 50%, sem dúvida é algo que os coloca em vantagem. O mundo, não apenas os países ou governos, mas o consumidor cada vez mais vai exigir isso de nós”, comenta o executivo.