Ence avança com projeto da biofábrica de fibra branqueada reciclada
A nova planta irá produzir fibras a partir da reciclagem e branqueamento de papel cartão e papelão recuperados
A Ence continua avançando nos procedimentos para o start-up de uma biofábrica de produção de fibra branqueada reciclada e biomateriais que estuda desenvolver em As Pontes.
O presidente da empresa, Ignacio Colmenares, explicou os passos dados pela companhia nas últimas semanas. Segundo o executivo, a Ence já assinou um acordo com a Endesa para a compra do terreno onde será construída a instalação, localizada no antigo parque carbonífero de Saá.
Além disso, a empresa já concluiu com sucesso os testes-piloto do novo e inovador processo que representa a primeira fase do projeto: a reciclagem e branqueamento de papel cartão e papelão recuperados. Estes testes, desenvolvidos na Áustria, Alemanha e França, foram realizados em colaboração com os principais técnicos europeus na área.
Agora, a empresa começa a preparar a candidatura da bioplanta para ser declarada Projeto e Interesse Estratégico, com a ideia de a apresentar ao longo do mês de abril.
O PROJETO BIOPLANTA
Pensando no futuro, a Ence redobra sua aposta na região da Galiza, construindo uma biofábrica para a produção de fibra branqueada recuperada de forma inovadora e o desenvolvimento de novos biomateriais. A matéria-prima fundamental não será, portanto, madeira, mas papel cartão e papelão recuperados, para que não introduza tensões adicionais no mercado madeireiro. O projeto representa, também, um salto na economia circular, na qual a Ence entra no setor da recuperação de papel e cartão.
A biofábrica será autossuficiente com energias renováveis e minimizará o consumo de recursos naturais, como a água, num processo totalmente sustentável que fechará o ciclo da bioeconomia. Além disso, será um centro de trabalho independente, com uma atividade autônoma e diferenciada da de Ence Pontevedra, cuja fibra virgem será utilizada de forma complementar.
O projeto terá três fases. A primeira fase envolve o start-up de uma fábrica de fibras recuperadas e inclui também uma planta piloto para a recuperação de fibras têxteis. Com a entrada em operação prevista para 2027, o projeto terá um investimento de 355 milhões de euros, sendo 125 milhões de euros destinados a essa primeira fase. Além disso, serão criados cerca de 1.200 empregos diretos, indiretos e induzidos, com 325 apenas na primeira fase.
A segunda fase será uma central de cogeração com 150 MW de potência térmica e cerca de 50 MW de potência elétrica, com um investimento associado de 155 milhões de euros; enquanto a terceira fase contempla uma fábrica de tissue, que terá um investimento de 75 milhões de euros.
O presidente da Ence destacou que este projeto representa um exemplo de Transição Justa e ressaltou que é um “desenvolvimento líder e totalmente alinhado com a bioeconomia circular”.