A RPPN Estação Veracel é reconhecida pela Unesco como Sítio do Patrimônio Mundial Natural e considerada uma área chave para conservação de aves pela BirdLife International. Foi também reconhecida no protocolo de Serviços Ecossistêmicos do Forest Stewardship Council® – FSC® C017612, pela conservação da biodiversidade.
Com essas referências de atuação em favor da preservação do meio ambiente, a Estação Veracel anunciou a descoberta de uma espécie rara dentro da sua área – um beija-flor do gênero Chlorestes de cor branca, sendo o primeiro registro deste tipo de indivíduo com essa mutação específica em todo o mundo.
A ave foi identificada pela analista ambiental Regina Damascena, que atua na RPPN Estação Veracel, observando um beija-flor de coloração branca. Os estudiosos não possuem certeza se trata-se de um beija-flor-de-garganta-azul (Chlorestes notata) ou um beija-flor-roxo (Chlorestes cyanus).
“Estamos presenciando algo inédito. Trata-se do primeiro beija-flor gênero Chlorestes do mundo com uma mutação genética que o torna praticamente todo branco”, explicou Luciano Lima, ornitólogo do Observatório de Aves da EVC. “Essa mutação provavelmente trata-se de uma diluição, chamada também por alguns pesquisadores de leucismo, e provoca, como o nome indica, uma diluição da pigmentação em partes da plumagem do animal”, complementa ele.
“É importante esclarecer que não se trata de um beija-flor albino. A diferença principal é que ele possui olhos pretos e tem um leve tom acinzentado nas penas e patas. Para ser albino, ele precisaria ser totalmente branco e não ter pigmentação em outras partes do corpo além da plumagem, como os olhos, que acabam ficando com uma coloração rosada”, indicou Lima.
ESTAÇÃO VERACEL E SEU PAPEL FUNDAMENTAL NA PRESERVAÇÃO DA FAUNA E FLORA
De acordo com Luciano Lima, o papel da RPPN Estação Veracel para a conservação da biodiversidade é fundamental para que se possa observar e estudar um fenômeno raríssimo como esse. “Estamos dentro de uma grande área de Mata Atlântica protegida, o que colabora para a sobrevivência desse beija-flor. Sua coloração esbranquiçada atrai predadores e provoca a rejeição de outros beija-flores, além de dificultar sua reprodução”, explica o ornitólogo.
Virgínia Camargos, coordenadora de estratégia ambiental e gestão integrada da Veracel, responsável pela EVC, destaca que a reserva tem papel fundamental para a manutenção de polinizadores naturais para o entorno, preserva ecossistemas e contribui para o equilíbrio climático na região. A reserva abriga grande variedade de espécies de fauna e flora, além de 115 nascentes.
“Nestes 25 anos de criação, a RPPN Estação Veracel se consolidou como uma referência em conservação ambiental. O trabalho realizado na reserva está inserido e amplamente conectado ao compromisso da Veracel Celulose com a sustentabilidade e com o desenvolvimento de sua região de atuação”, afirmou a gestora da reserva.
A área também oferece atividades de educação e interpretação ambiental, com a aplicação da técnica de vivências com a natureza. E, desde 2017, a RPPN mantém um programa para a observação de aves, contribuindo mais ainda para o ecoturismo na região.
A reserva conta também com parcerias com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação De Mamíferos Carnívoros (CENAP/ICMBio). Nessas parcerias, estão em foco a conservação de dois animais topo da cadeia alimentar: a onça-pintada (Panthera onca) e a harpia (Harpia harpyja), sendo essa última uma espécie com alto risco de extinção.