Expansões no setor de celulose devem recuar por falta de madeira

Em Mato Grosso do Sul, existe uma disputa acirrada por eucalipto, diante de diversas fábricas de celulose chegando ou expandindo suas operações no estado, que vem se consolidando como um dos principais polos do setor florestal.

No entanto, a concentração de uma alta demanda por madeira na região tem dificultado o acesso a esse insumo, que possui uma oferta limitada e preços crescentes.

Esta semana, durante a conferência latino-americana da Fastmarkets RISI, executivos das principais produtoras de celulose do país discutiram o tema, em um painel sobre o setor. 

“É muito difícil ver novos projetos acontecendo no Brasil no curto prazo, por falta de madeira”, Walter Schalka, CEO da Suzano. O executivo exemplificou com a expansão da Bracell, a qual assegurou o suprimento de madeira disponível em São Paulo para sua fábrica em Lençóis Paulista e ainda avançou para Mato Grosso do Sul, também em busca deste recurso, criando uma demanda adicional no estado.

“Na minha perspectiva, começa a faltar madeira no Brasil. Não temos disponibilidade de madeira para projetos competitivos de curto prazo” enfatizou o CEO.

Rodrigo Libaber, diretor comercial e de logística da Eldorado Brasil, tem a mesma percepção, e acrescenta: “Não haverá madeira economicamente viável no longo prazo [se o plantio não começar já]”. O diretor destacou ainda que há potencial no Brasil para um crescimento da indústria, desde que “planejado e organizado”.