Explosão do setor de celulose pressiona infraestrutura em cidades de MS
Audiência pública deve debater os impactos do crescimento acelerado em municípios como Inocência, Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo e Bataguassu (MS)
O rápido avanço da indústria de papel e celulose em Mato Grosso do Sul tem transformado o perfil econômico de cidades como Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo, Inocência e Bataguassu (MS), todas localizadas na chamada Rota da Celulose. No entanto, o crescimento tem gerado desequilíbrios, especialmente na oferta de moradias e infraestrutura urbana.
A avaliação é do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que pretende coordenar uma audiência pública no segundo semestre para debater soluções e planejar melhorias estruturais compatíveis com o novo ritmo da economia regional. “Imagina a sua cidade, de um dia para o outro, ter de aumentar significativamente o número de habitantes, como está ocorrendo hoje. Onde colocar todo mundo para morar?”, questionou.
Como exemplo, o parlamentar citou a fábrica de celulose da chilena Arauco, em implantação em Inocência, com investimento de US$ 4,6 bilhões e capacidade de 3,5 milhões de toneladas/ano. A planta, prevista para entrar em operação até 2028, deve gerar até 14 mil empregos no pico das obras, número que supera a população atual do município, estimada em 8 mil habitantes.
Nelsinho também destacou o interesse asiático na Rota Bioceânica, que ligará o Brasil ao Oceano Pacífico. “Os nove países do continente asiático toparam porque o projeto reduz em até 40% o custo do frete”, afirmou. A rota deve facilitar o acesso a 700 milhões de novos consumidores, com redução de até 80% em tarifas.
Por fim, como presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o parlamentar reforçou a importância da aprovação do Acordo Mercosul-União Europeia ainda este ano. “A bola está na linha do gol para ser empurrada pra dentro”, disse, destacando os benefícios para o agronegócio de Mato Grosso do Sul, que representa mais de 30% do PIB estadual.
