Governador atribui adiamento do leilão da Rota da Celulose à alta do dólar e à saturação do mercado
O governador ainda se comprometeu a tornar o projeto mais atrativo a investidores e um novo modelo deve ser apresentado no início de 2025
Em reunião na Assembleia Legislativa, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, explicou aos deputados estaduais os motivos da retirada da denominada Rota da Celulose do leilão que deveria acontecer nesta sexta-feira. De acordo com Riedel, a motivação foi a alta do dólar e a saturação do mercado.
Segundo fontes do Ministério dos Transportes e do governo estadual, o leilão foi considerado deserto, ou seja, nenhuma proposta foi apresentada até o prazo final para a entrega dos envelopes.
O governador ainda se comprometeu a tornar o projeto mais atrativo a investidores e deve tratar o assunto com o ministro dos Transportes, Renan Filho, para buscar soluções que viabilizem o projeto. Um novo modelo deve ser apresentado no início de 2025.
“O momento econômico do país, com o dólar em alta, várias ofertas de PPPs, são fatores que podem ter inibido potenciais investidores. O edital será refeito, sofrerá provavelmente adequações de metas de investimento que impactarão diretamente no preço final do pedágio a ser cobrado. A iniciativa privada não faz carente, só vai ter interesse em empreendimentos com potencial de lucratividade. O ideal é que todas as rodovias fossem duplicadas, mas para isto, é preciso viabilizar recursos para os projetos saírem do papel”, comentou o presidente do Legislativo, Gerson Claro.
“Foi uma surpresa para todos, porque na realidade o mercado está muito tomado com outros projetos. Isso que o governador colocou e diversos agentes financeiros recomendaram esse adiamento e nós vamos fazer uma análise no começo do ano que vem, está tendo uma modificação hoje na conjuntura de mercado”, justificou o deputado Pedro Pedrossian Neto.
PROJETO
A concessão prevê investimentos de R$ 6 bilhões em obras e R$ 3 bilhões em despesas operacionais ao longo de 30 anos de contrato. O projeto inclui a duplicação de 116 quilômetros de pista, a construção de 251 quilômetros de faixas adicionais e 457 quilômetros de acostamentos.
Batizada de “Rota da Celulose”, a iniciativa destaca a relevância das rodovias para o escoamento de produção no setor, que tem forte presença econômica em Mato Grosso do Sul.