Inovação genética mantém Brasil na liderança global de exportação de celulose
Produção nacional atingiu 24 milhões de toneladas em 2023, enquanto Eldorado Brasil investe em biotecnologia para aumentar produtividade e resistência florestal
O setor de celulose segue como um dos principais motores do agronegócio brasileiro, consolidando sua relevância na balança comercial. Em 2023, o Brasil manteve sua posição de maior exportador mundial do produto, com uma produção de 24 milhões de toneladas e US$ 12,7 bilhões em exportações. Esse foi o segundo melhor desempenho da última década, de acordo com o relatório da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), representando 63% das exportações do setor florestal.
Um dos fatores que sustenta essa liderança é o contínuo avanço em ciência e inovação tecnológica. No Centro de Tecnologia Florestal da Eldorado Brasil, um dos maiores focos é o melhoramento genético do eucalipto. O objetivo é aumentar a produtividade e a resistência das florestas plantadas, que somam quase 300 mil hectares no Mato Grosso do Sul.
“O nosso trabalho visa não apenas alcançar maiores volumes de produção, mas também garantir que essas florestas sejam mais resistentes às condições ambientais adversas”, afirmou o diretor Florestal da Eldorado Brasil Germano Vieira. “Hoje, estamos 18% acima da média nacional, com uma produtividade de 40,26 metros cúbicos por hectare ao ano. Nosso objetivo é chegar aos 50 metros cúbicos”, acrescentou.
A empresa também inaugurou recentemente o ELDTECH, uma nova estrutura em Andradina (SP), voltada para fortalecer pesquisas em biotecnologia e melhorar a qualidade da madeira. Atualmente, a Eldorado Brasil produz cerca de 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano, exportadas para mais de 40 países. “Estudamos o clima, como as plantas são tolerantes à seca e ao vento, e a qualidade da madeira. Dessa forma, quando o material for lançado, já sairá com um pacote tecnológico que permitirá às equipes de silvicultura plantar e obter uma boa performance em produtividade”, destacou Sharlles Dias, gerente de Pesquisa e Tecnologia da empresa.
Desde 2012, o programa de melhoramento genético da Eldorado Brasil registrou sete clones próprios de eucalipto, sendo o mais recente o ELD 8, que oferece 11% a mais de volume e 5% mais densidade básica em comparação com os clones mais plantados no país. “A árvore perfeita não é aquela que cresce mais rápido, mas sim a que se adapta melhor ao ambiente, resistindo a condições como altas temperaturas e estiagens prolongadas”, finalizou Dias.