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Klabin deve focar investimentos em celulose fluff

Segundo o diretor-geral da empresa, Cristiano Teixeira, os maiores produtores de fluff estão nos EUA, com margens correspondentes a “uma fração” da margem da Klabin, devido à diferença de custo de produção

De acordo com o diretor-geral da Klabin, Cristiano Teixeira, o negócio de celulose fluff – obtida a partir da fibra longa – utilizada na fabricação de fraldas descartáveis e absorventes, é muito estratégico para a empresa e, seguramente, foco de investimentos no futuro.

“Estamos na mesma região que outros produtores [de celulose], mas Santa Catarina e Paraná favorecem o cultivo de pinus e isso nos traz a produtos de fibra longa que têm nichos”, afirmou Teixeira. “Nosso foco, por meio da fibra longa, são as fraldas geriátricas e, hoje, a Klabin consegue estar em todas as marcas de fluff no mundo”, acrescentou.

Segundo o executivo, os maiores produtores de celulose fluff, atualmente, estão nos Estados Unidos, mas com margens que correspondem a “uma fração” da margem da Klabin, devido à diferença de custo de produção.

Quanto a possíveis fusões e aquisições (M&As), Teixeira afirmou que no momento a Klabin não está avaliando nenhum ativo e está focada na curva de aprendizagem da nova máquina de papel da companhia – a MP 28 –, que entrou em operação na unidade Puma, no Paraná. No entanto, acrescentou que que se houver eventuais oportunidades, elas serão avaliadas.

“Os ativos estão baratos. O que determinaria um M&A é a relação de troca. O setor é grande e de baixo valor. Tem de se concentrar e aumentar valor”, disse Teixeira. De acordo com análise do executivo, uma das razões para as empresas do setor não serem tão bem avaliadas, em especial no Brasil – onde os produtores possuem terras e florestas – é o fato de que esses ativos não estão devidamente refletidos no balanço financeiro.

Ainda de acordo com o diretor-geral, há um déficit de madeira no mundo, mas não de terras e os produtores da América do Sul estão em posição de vantagem, pois têm custo caixa de produção menor do que outros países no mundo. “A América do Sul vai ser o grande supridor de fibra, via celulose e papel, do mundo nos próximos 10 ou 20 anos”, afirmou.

Com o uso de eucalipto e pinus como fonte de fibra para fabricação de seus produtos, a Klabin poderia, futuramente, converter parte do seu plantio de pinus para eucalipto se a fibra curta avançar sobre aplicações que hoje levam fibra longa em sua composição. A própria Klabin já desenvolveu o primeiro papel kraftliner (Eukaliner) do mundo que leva 100% de fibra de eucalipto, lembrou Teixeira.

“Vamos ver mais fibra longa fechando capacidade e saindo do mercado do que a fibra curta porque ela está no Hemisfério Norte. Parte dessa capacidade vai ser substituída por eucalipto e parte por pinus”, acrescentou.

Em relação ao potencial dos créditos de carbono para o setor de celulose e papel, o executivo foi objetivo. “Para o nosso mercado é marginal”, disse, lembrando que havia muita expectativa em torno das florestas “energéticas”, mas que isso não se confirmou. “Faço esse paralelo com o carbono: sozinho, ele não se paga”, completou.

Fonte
Valor Econômico
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