Metsä Group reage à queda na demanda por celulose com plano de corte de custos
Com recuo nos preços globais de celulose e menor rentabilidade, o grupo finlandês lança programa de €300 milhões e prevê recuperação gradual a partir de 2026
O Metsä Group divulgou seu relatório provisório referente aos nove primeiros meses de 2025, apontando um cenário desafiador para a indústria de celulose. As vendas somaram €4,5 bilhões, frente a €4,27 bilhões no mesmo período de 2024, enquanto o resultado operacional caiu para -€63 milhões, contra lucro de €157 milhões no ano anterior.
Segundo o relatório, a demanda por celulose de mercado enfraqueceu tanto na Europa quanto na China, o que levou à redução temporária da produção na fábrica de Joutseno, na Finlândia. Os preços médios da celulose de fibra longa caíram 5% na Europa e 7% na China em comparação com o trimestre anterior.
Durante o terceiro trimestre, a empresa também registrou uma indenização de €30 milhões por um sinistro na fábrica de bioprodutos de Kemi, mas precisou realizar uma baixa contábil de €22 milhões devido a danos causados pela explosão.
Com a prolongada queda de rentabilidade e as incertezas do mercado, Metsä iniciou o planejamento de um programa de redução de custos e melhoria de lucratividade de €300 milhões anuais. Em outubro, a companhia anunciou negociações coletivas que podem resultar na eliminação permanente de até 800 postos de trabalho, sendo 540 deles na Finlândia.
O presidente e CEO, Jussi Vanhanen, destacou que “o destaque do desempenho financeiro do Metsä Group no terceiro trimestre foi o fluxo de caixa operacional, que foi superior a 200 milhões de euros”. Segundo ele, “como esperado, o resultado operacional do terceiro trimestre foi claramente negativo. Os principais motivos foram o baixo preço da celulose, particularmente na China, e o menor volume de negócios de papelão no mercado americano”.
Vanhanen ressaltou ainda que as tarifas impostas pelos Estados Unidos à China impactaram o comércio global de celulose, interrompendo pedidos e provocando forte queda nos preços. Apesar de uma leve recuperação nas entregas, os níveis de preço não se recuperaram, especialmente no mercado chinês.
O executivo afirmou que o programa de corte de custos deverá gerar resultados graduais a partir de 2026, atingindo impacto total em 2027. “Isso é muito preocupante para nossa dedicada comunidade de colaboradores, mas infelizmente é uma parte necessária de nossos esforços para reverter significativamente nosso desempenho”, afirmou.
Entre os projetos em andamento, o grupo seguirá com o desenvolvimento de iniciativas ligadas à bioeconomia, como Muoto, Kuura, lignina e captura de carbono, além de um contrato de crédito rotativo de €250 milhões vinculado a metas de sustentabilidade.
