Navigator celebra 66 anos de produção de celulose

Há 66 anos, no mês de janeiro, a Navigator, uma das maiores fabricantes de papel de Portugal, deu início à produção industrial, a nível mundial, de celulose para papel kraft e papel de impressão, produzida a partir de fibras de eucalipto globulus.

O pioneirismo do grupo transformou a então Companhia Portuguesa de Celulose, que estava em atividade desde 1953, na The Navigator Company que se conhece hoje.

Líder europeia, a companhia é a quinta colocada a nível mundial na produção de pasta de eucalipto a partir de florestas certificadas e plantadas exclusivamente para essa finalidade. Atualmente, com fábricas em Setúbal, Figueira da Foz e Aveiro, a companhia possui uma capacidade de produção de 1,6 milhões de toneladas.

Desde 1957, a Navigator produz, em escala industrial, pasta de celulose para o mercado pelo processo kraft ou sulfato (separação química das fibras da madeira com recurso a sulfato de sódio) – principal processo de produção de pastas celulósicas a nível mundial – a partir de matéria-prima 100% de eucalipto globulus, na fábrica de Aveiro, em Cacia.

Antes, no lugar do eucalipto globullus, a matéria-prima utilizada na produção de celulose para papel e papel de impressão era o pinheiro-bravo (Pinus pinaster), atualmente usado somente como fonte de fibras para papel de embalagem.

Além da celulose e do papel, a companhia também tem investido em outros subprodutos de valor com foco em sustentabilidade, transformando as fábricas em biorrefinarias capazes de atuar no desenvolvimento de novos produtos e soluções sustentáveis, naturais, recicláveis, biodegradáveis, substituindo outros de origem fóssil.

MATÉRIA-PRIMA DE EXCELÊNCIA

À época, a fibra curta despertava menos procura e baixo valor comercial em comparação com as fibras longas como o pinho, que dominavam o mercado e eram consideradas nobres. Nesse sentido, as características da pasta de eucalipto foram determinantes para impulsionar a indústria portuguesa em direção ao sucesso.

A pasta de eucalipto se diferenciava por excelentes valores de brancura, opacidade e índice de mão que, a partir da formação da folha, eram consideradas ideais para os papéis de impressão e escrita. Por outro lado, surpreenderam também pela resistência, tornando-as igualmente adequadas para diversas aplicações na área da embalagem.

Atualmente, o eucalipto globulus é a espécie mais utilizada em Portugal para a produção de celulose e papel, por suas características de adaptabilidade às condições relativas ao solo e ao clima nacionais, mas também por ser, graças ao trabalho dos pioneiros de Cacia, reconhecida como a melhor fibra do mundo para fazer diversos tipos de papel.

Como matéria-prima, o eucalipto globulus é também uma espécie com elevada ecoeficiência, ao permitir menor consumo de madeira por tonelada de pasta de celulose e ao requerer menor utilização de produtos químicos nos processos de cozimento e branqueamento, garantindo a obtenção de uma celulose de melhor qualidade para muitas utilizações.

As suas florestas são particularmente eficientes na fotossíntese, fixação de carbono e produção de oxigênio. Anualmente, por hectare, essa espécie sequestra cerca de 11,3 toneladas de CO2, valor que representa o maior nível de captação anual das espécies presentes na floresta nacional.

Os viveiros da Navigator dão vida a mais de 12 milhões de árvores todos os anos. Esses viveiros – os maiores da Europa – produzem, a par do eucalipto globulus, 135 espécies diferentes de árvores e arbustos. Muitas delas, ainda que não tenham viabilidade econômica, são financiadas pela companhia, para conservação da biodiversidade e para garantir a continuidade das diferentes espécies.