Novo dono da Celulosa Argentina investe US$ 18 milhões para retomar operações em meio à crise
Em processo de falência, companhia busca reativar suas fábricas em Capitán Bermúdez e Zárate, na Argentina
O empresário Esteban Nofal, novo proprietário da fábrica de papel Celulosa Argentina, anunciou um plano de reativação da companhia com um empréstimo de US$ 18 milhões destinado à retomada da produção em suas plantas industriais de Capitán Bermúdez e Zárate, Argentina.
A empresa, que enfrenta um processo de falência por uma dívida estimada em US$ 128 milhões, informou a operação em comunicado enviado à Comissão Nacional de Valores Mobiliários (CNV). Segundo o documento, os recursos serão usados inicialmente para quitar os salários de setembro e, em seguida, reativar a planta de Capitán Bermúdez ainda nesta semana.
O valor restante será destinado à recomposição do capital de giro da companhia. “A implementação do empréstimo marca o início do processo de recuperação empreendido pelo novo acionista controlador da empresa, visando à sustentabilidade da empresa no médio e longo prazo”, afirma o texto enviado ao órgão regulador.
De acordo com o jornal El Cronista, as fábricas da Celulosa vinham operando com manutenção mínima, e trabalhadores estavam há dois meses sem receber seus salários quinzenais. Nofal garantiu ao Ministério do Trabalho de Santa Fé que a fábrica reabrirá “o mais rápido possível”, assegurando também que os salários atrasados serão pagos “sem demissões”.
Apesar do plano de recuperação, o empresário enfrenta um revés regulatório. A CNV determinou que Nofal deverá realizar uma oferta pública de aquisição (OPA) aos acionistas minoritários da Celulosa Argentina, após adquirir 45,5% do capital social e dos direitos de voto da companhia. O pedido de isenção dessa obrigação, feito por Nofal no momento da compra, foi indeferido.
A CNV, contudo, dispensou a empresa de considerar o preço médio das ações dos últimos seis meses para definir o valor justo da oferta. Conforme a Lei do Mercado de Capitais, deverá ser adotado o maior preço pago pelo proponente pelas ações nos últimos 12 meses, valor que será divulgado após a conclusão do laudo do avaliador independente.
Nos últimos dias, a Celulosa Argentina também confirmou prejuízos no exercício fiscal mais recente e informou que não distribuirá dividendos sobre as ações ordinárias neste ano. No entanto, a companhia pagará o dividendo referente às ações preferenciais, que possuem prioridade na distribuição de lucros.











