Novos projetos de celulose devem gerar 24 mil empregos diretos em MS
Segundo estudo realizado pela Ibá e pela ESGTech, as novas fábricas de celulose instaladas no estado vão gerar quase 100 mil empregos – incluindo os indiretos – nos próximos oito anos
Nesta semana, as fabricantes de celulose instaladas no Brasil, representados pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), participaram de uma reunião com o governo de Mato Grosso do Sul, para apresentar os resultados de um estudo que aborda os desafios enfrentados com a instalação de novas plantas de celulose no estado – considerando um cenário até 2032. A expectativa é de que os novos projetos gerem cerca de 24 mil empregos diretos.
De acordo com o estudo, realizado pela Ibá e pela ESGTech, será necessário atrair mão de obra qualificada, além de investir em infraestrutura, moradia, educação e saúde. Estiveram presentes na reunião Jaime Verruck, secretário de Desenvolvimento de Mato Grosso do Sul; Eduardo Riedel, governador do estado; Paulo Hartung, presidente da Ibá; e executivos da Arauco, Bracell, Eldorado e Suzano.
Segundo Paulo Hartung, presidente-executivo da Ibá, olhar o crescimento do setor de base florestal no Brasil, nos dias atuais, é olhar o estado de Mato Grosso do Sul, que além do Projeto Cerrado, da Suzano, receberá também o Projeto Sucuriú, da Arauco – ambos contemplam a instalação de unidades com capacidade para produzir 2,5 milhões de toneladas de celulose por ano. O estudo considerou – até 2032 – mais duas linhas de 2,5 milhões de toneladas de celulose.
“Com o crescimento, vêm os desafios, e o número um é o profissional, ter capacidade de dar conta dessa demanda [por mão de obra qualificada]”, disse Hartung. “O estudo mostra que estamos em um processo que vai triplicar o número de trabalhadores na indústria em curto intervalo de tempo, o que trará novas necessidades em infraestrutura, habitação, saúde e educação”, acrescentou.
Ainda segundo o presidente da Ibá, a contratação do estudo teve como objetivo ter essa visão do setor no MS e definir uma agenda de trabalho, em conjunto entre as empresas – uma iniciativa inédita – e o governo do estado.
EMPREGOS DIRETOS E INDIRETOS
De acordo com o levantamento, as novas indústrias de celulose instaladas no MS – considerando empregos diretos e indiretos – devem gerar quase 100 mil postos de trabalho no estado nos próximos oito anos. Com a expansão, espera-se que 49 mil pessoas chegue ao estado, demandando cerca de 17,9 mil moradias, 157 leitos hospitalares e 11,3 mil vagas em escolas.
Diante disso, o governador de MS destacou que o estado vive uma situação de pleno emprego, com taxa de desocupação abaixo de 4%, e usará os dados do estudo como um “grande orientador” em seu planejamento estratégico. “Temos de refinar essas informações, do ponto de vista do estado, para calibrar os investimentos. Quando falo em refinar, é pensar em política pública a partir do estado”, afirmou Riedel.
Para Verruck, o desafio consiste em separar as iniciativas que serão necessárias no curto, médio e longo prazos, a partir do estudo. Segundo o secretário, o governo responderá ao que foi indicado pelas indústrias “com números calibrados”.