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Panorama estratégico do mercado de celulose: exportações, fomento e aquisições na rota da bioeconomia

Com exportações em alta e novos investimentos industriais, o setor de celulose consolida sua força como base para a bioeconomia brasileira

O mercado brasileiro de celulose vive um ciclo de expansão e reestruturação. Em 2024, o estado de Mato Grosso do Sul consolidou-se como líder nacional na produção de celulose, com 5,5 milhões de toneladas por ano. O resultado é impulsionado pela entrada em operação da nova planta da Suzano em Ribas do Rio Pardo, o chamado Projeto Cerrado.  

Também estão previstos para os próximos anos os projetos da Arauco (em Inocência), da Bracell (em Bataguassu) e expansões da Eldorado, após a conclusão da aquisição das ações da Paper Excellence pela J&F. Desse modo, essas unidades devem aumentar significativamente a capacidade instalada do Brasil, consolidando o país como maior exportador mundial de celulose de fibra curta. Nesse sentido, todos os investimentos novos são confirmados em um momento baixo do ciclo de preços, embora possa ocorrer um upside futuro.

Esse cenário relativamente estável favorece o planejamento de novos empreendimentos e o financiamento florestal. Um exemplo é o programa de reflorestamento da Veracel Celulose, que recebeu um financiamento de R$ 200 milhões do BNDES. O recurso será usado para plantar 20 mil hectares de eucalipto na Bahia, com foco em manejo sustentável e integração com comunidades locais. Além disso, destaca-se a aquisição de ativos florestais da Arauco pela Klabin no Paraná, avaliada em R$ 6 bilhões. 

Essas movimentações apontam para um ciclo de consolidação, em que grandes players buscam ganhos de escala, sinergias logísticas e posição de vanguarda na economia verde. Os projetos florestais, alavancados por financiamentos sustentáveis, tornam-se instrumentos estratégicos não apenas de produção, mas também de emissão de créditos de carbono e certificações internacionais. 

Com novas plantas em operação, apoio institucional ao reflorestamento e perspectivas favoráveis para exportação, o Brasil segue no centro das atenções do mercado global de celulose. O desafio é transformar esse potencial produtivo em valor agregado, construindo uma indústria florestal que combine eficiência econômica, impacto ambiental positivo e inclusão social. 

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