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Preço da celulose de fibra curta supera expectativas para o período

Na contramão do que analistas e produtores projetavam, os preços da commodity vem surpreendendo mês a mês em 2024

Em direção oposta às projeções realizadas para este período de 2024, os preços da celulose de fibra curta têm surpreendido o setor mês a mês, ao ponto de mais um reajuste ser esperado para o mês de maio.

Nesse contexto, em que o curto prazo se apresenta melhor que o previsto, mesmo que haja uma variação o início da operação do Projeto Cerrado, da Suzano, que deve ser concluído até junho deste ano, os próximos anos de 2026 e 2027 devem ser ainda mais promissores em termos de preços para a commodity.

A planta terá capacidade instalada de 2,55 milhões de toneladas por ano de celulose de eucalipto, tornando-se a maior linha única do mundo. Para 2024, a expectativa de vendas é de 700 mil toneladas, o que corresponde a menos da metade do crescimento orgânico da demanda global de celulose em um ano – de 1,5 milhão a 2 milhões de toneladas.

Depois do start da sua nova fábrica de celulose da Suzano, que deve atingir ritmo pleno de operação em 2025, o próximo grande projeto previsto para é o Projeto Sucuriú, da chilena Arauco, que deve ser concluído no primeiro trimestre de 2028, com capacidade para 2,5 milhões de toneladas por ano. Além disso, é novas linhas também podem entrar em operação na China nesse meio tempo. Nesse sentido, ainda em 2024, a Shandong Huatai Paper deve iniciar uma linha de 700 mil toneladas anuais.

Dessa forma, considerando os volumes da Suzano e Shandong, o setor contaria com mais 2,75 milhões de toneladas de celulose. Até o momento esse volume adicional não foi suficiente para barrar reajustes. Do mesmo modo, com as 6 milhões de toneladas a mais – somadas em projetos pulverizados – o volume de fechamentos de capacidade de fibra branqueada, de alto custo, deve seguir surpreendendo e causando um desequilíbrio na relação entre oferta e demanda.

Segundo avaliação de especialistas, os valores futuros da celulose estão ligeiramente abaixo dos US$ 1,380 mil do preço de referência reajustado para abril – alta de US$ 80 por tonelada – anunciado recentemente pela Suzano.

Em 2025, o preço de mercado da celulose pode ter uma queda mais importante, mas para os anos de 2026 e 2027, se não houver oferta adicional expressiva e o ritmo de fechamento de capacidades de alto custo e o crescimento orgânico da procura mundial pela commodity for mantido, a margem entre oferta e demanda poderá continuar influenciando nos aumentos de preços da celulose.

Fonte
Valor Econômico
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