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Preços da celulose continuam subindo às vésperas do start-up do Projeto Cerrado

O início das operações da nova fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo (MS) deve gerar um impacto menor que o esperado nos preços internacionais da commodity

O start-up das operações da nova fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo, no Mato Grosso do Sul, o Projeto Cerrado, com conclusão prevista até junho deste ano, deve gerar um impacto menor que o esperado nos preços internacionais da commodity.

Na contramão do esperado com novos projetos de celulose, o fechamento não programado de fábricas, problemas logísticos que estão aumentando o prazo de entrega, bem como a demanda melhor que o previsto em mercados maduros, dão suporte aos preços em alta.

Somente neste ano, cerca de 1 milhão de toneladas de celulose saíram do mercado por diferentes razões, além de outros eventos inesperados, como greves e paradas não programadas que reduziram a disponibilidade de celulose no mercado global e contribuíram para a manutenção dos estoques em níveis abaixo do adequado. Esse volume é maior do que a produção prevista para o Projeto Cerrado em 2024, que deverá produzir 900 mil toneladas de celulose neste ano com comercialização de 700 mil toneladas. Em 12 meses, espera-se que a nova fábrica produza 2 milhões de toneladas de celulose.

Em meio a um desequilíbrio entre oferta e demanda, desde meados do ano passado, foram registrados reajustes consecutivos nos preços da celulose. Em 12 meses – até o início de maio –, o preço líquido da celulose de fibra curta subiu mais de 40% na China e o preço de referência, na Europa, aumentou 23%, atingindo o maior nível da história.

Nesse cenário, às vésperas do start-up do Projeto Cerrado, a Suzano demonstrou surpresa com o mercado mais favorável. Segundo Leonardo Grimaldi, diretor comercial de celulose da companhia, a produção prevista para o segundo trimestre de 2024 já estava totalmente vendida e, assim como no primeiro trimestre do ano, havia uma limitação de atendimento para novos pedidos.

“A demanda de fibra curta nos surpreendeu positivamente e superou nossas expectativas na China, onde o ritmo de produção de papel cresceu, assim como na Europa e na América do Norte, levando nossos clientes a revisarem pedidos para cima”, comentou Grimaldi.

Ainda de acordo com o diretor, todos os aumentos de preço para o trimestre foram integralmente aplicados e, em abril, a demanda se manteve mais forte do que o esperado. Assim, a visão para o curto prazo era construtiva, com continuidade do “momento positivo” para os preços.

Nesse contexto, a Suzano anunciou um novo aumento nos preços da celulose de fibra de eucalipto para todas as regiões, a partir de maio. Os reajustes variam entre US$ 30 e US$ 80 por tonelada.

No mercado asiático – principal destino de exportação brasileira da commodity – o aumento foi de US$ 30 por tonelada, elevando o preço para cerca de US$ 740 por tonelada.

Já para a Europa, o reajuste foi de US$ 60 por tonelada, elevando o preço de referência da fibra para US$ 1.440 por tonelada em maio – o maior valor nominal já registrado no mercado europeu. Na América do Norte, por sua vez, o aumento foi de US$ 80 por tonelada, estimando elevar o preço de referência da celulose para US$ 1.670 por tonelada.

Contudo, a partir de agora, pode existir maior resistência crescente entre os compradores a novos aumentos e uma nova rodada de reajustes já não encontraria consenso entre os participantes do mercado.

Fonte
Valor Econômico
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