Relatório do Morgan Stanley afirma que preço da celulose deve cair
Para os analistas, o excesso da oferta e uma possível queda na demanda deve afetar o curto e médio prazo

No início desta semana, o Morgan Stanley divulgou um relatório em que afirma que o preço da celulose deve cair a partir de fevereiro deste ano, e indica que a demanda por papel e celulose deve arrefecer no curto e médio prazo.
A demanda pela commodity está sujeita a padrões sazonais, conforme aponta o banco, e fevereiro costuma ser um mês mais fraco, enquanto os últimos meses de 2023 e janeiro são de reposição de estoques. Os compradores se preparam para o Ano Novo chinês, que acontece na segunda semana do mês que vem.
Para os analistas, apesar de existir uma falta de visibilidade nos dados de inventário de celulose de clientes na China, pode-se observar dados globais de embarques para ter uma ideia dos ciclos de inventário passados. “Nossa análise sugere que os ciclos anteriores moveram cerca 1,5 milhão de toneladas de celulose globalmente dentro de 5-9 meses. De junho a novembro de 2023, os embarques cumulativos aumentaram para 1,7 milhão, ou 6% em relação ao ano anterior. A duração e a magnitude do ciclo atual nos sugerem que ele está prestes a terminar”, explicam.
Diante deste cenário na demanda, há também a entrada de novas capacidades no lado da oferta. É esperado que 1,8 milhão de toneladas entrem no mercado no primeiro semestre deste ano, principalmente por conta do Projeto Mapa, da Arauco, no Chile, e da UPM Paso de los Toros, no Uruguai.
“Além disso, a Suzano planeja iniciar seu projeto Cerrado em junho e esperamos que adicione cerca de 700 mil de celulose ao mercado no segundo semestre de 2024”, acrescentam.
Dessa forma, a escolha de algumas companhias não terem revisado seus preços no começo do ano também fortalece a visão de que o mercado está com excesso na oferta.