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Rota da Celulose: governador de MS apresenta proposta de concessão de rodovias com ajustes até novembro

O projeto prevê investimentos de R$ 5,8 bilhões e concessão de cinco rodovias na região leste do estado

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, apresentou na manhã da última terça-feira, 10, na Assembleia Legislativa, o projeto da Rota da Celulose, que propõe a concessão de cinco rodovias na região leste do estado por 30 anos. A proposta, que ainda precisa ser ajustada até novembro para o leilão marcado para 12 de dezembro, abrange as rodovias estaduais MS-040, MS-338, MS-395 e trechos das federais BR-262 e BR-267. O plano inclui a criação de faixas adicionais, duplicação de pistas e implantação de anéis rodoviários em quatro cidades.

O projeto visa melhorar o fluxo nas estradas, que têm enfrentado aumento expressivo de veículos pesados devido ao fim do transporte ferroviário e ao crescimento das atividades de celulose e mineração na região. O governo destaca a importância das rodovias para o acesso à Rota Bioceânica, que abrirá novas rotas de exportação pelo Pacífico, facilitando o comércio com a Ásia.

Durante a apresentação, o governador detalhou que a concessão, estimada em 870 km de extensão, inclui investimentos mínimos de R$ 5,8 bilhões, com um aporte inicial de R$ 95,7 milhões. A proposta prevê melhorias significativas, como duplicações, vias marginais, viadutos e passagens de fauna, especialmente ao longo da BR-262.

Os deputados receberam detalhes técnicos sobre as rodovias e a futura cobrança de pedágio, incluindo o sistema eletrônico de free flow. No entanto, alguns parlamentares expressaram preocupações, como o deputado Pedro Pedrossian Neto (PSD), que apontou a resistência de algumas prefeituras à retirada do fluxo de veículos do perímetro urbano.

O presidente da Assembleia, Gerson Claro, enfatizou a importância de cautela na modelagem da concessão, para evitar problemas como os ocorridos na BR-163, onde a concessionária não cumpriu os investimentos acordados e o contrato está sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU). “O poder público nem sempre tem condições de fazer investimentos que são necessários, que vem junto com desenvolvimento. Quando estabelece uma parceria dessa que tem investimento privado é importante a gente tomar os devidos cuidados, fazer a modelagem ideal para que não aconteça o erro que a união cometeu na BR-163. Por isso todo o cuidado para que a gente possa acertar nessa modelagem”, enfatizou.

A reunião contou com a presença dos secretários Rodrigo Perez (Governo e Gestão Estratégica), Eduardo Rocha (Casa Civil), Guilherme Cavalcante (Infraestrutura e Logística) e Eliane Detoni (Escritório de Parcerias Estratégicas). O governo estadual já apresentou o projeto na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e a investidores, e novas reuniões com os deputados e técnicos do Executivo estão previstas para esclarecer pontos pendentes.

Fonte
Campo Grande News
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