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Segundo Marcelo Bacci, Suzano tem se preparado para momento mais difícil na celulose

Conforme o diretor de Finanças, Relações com Investidores e Jurídico da empresa, é “muito difícil” prever a intensidade e a duração dos ciclos da celulose

Segundo o diretor de Finanças, Relações com Investidores e Jurídico da Suzano, Marcelo Bacci, em entrevista ao Valor Econômico, apesar dos volumes de venda menores tanto em papel quanto em celulose durante o primeiro trimestre, a queda de preços pesou mais na celulose.

No entanto, o custo caixa de produção da matéria-prima permaneceu em linha com o último trimestre de 2022 e, conforme o executivo, a expectativa é de que o patamar seja mantido, com queda apenas no segundo semestre. “A Suzano vinha se preparando para um momento mais difícil na celulose e encerrou o trimestre com posição robusta de caixa”, comentou Bacci.

Marcelo Bacci, diretor de Finanças, Relações com Investidores e Jurídico da Suzano.

De acordo com o diretor, é “muito difícil” saber a intensidade e a duração dos ciclos da celulose, embora os preços venham de um patamar bastante elevado e os dois últimos ciclos, de baixa e de alta, foram relativamente longos.

“Para muitos players, os preços já estão abaixo do custo de produção. A pergunta é quanto tempo vai levar para que eles comecem a parar fábricas”, afirmou Walter Schalka, presidente da Suzano. No entanto, segundo Schalka, os estoques de celulose estão em níveis muito baixos ao longo da cadeia de valor e, em algum momento, os consumidores terão de voltar às compras.

“Mas não se sabe quando vai acontecer essa recomposição de estoques, bem como as paradas nos players que têm custo de produção mais elevado”, disse o presidente da empresa.

Walter Schalka, presidente da Suzano.

PROJETO CERRADO

Além disso, a empresa anunciou que elevou o investimento no Projeto Cerrado para R$ 22,2 bilhões, uma vez que os contratos estavam sujeitos à correção pela inflação e a companhia optou por fazer produtos ou serviços internamente invés de por meio de terceiros.

Recentemente, a Suzano cumpriu uma importante etapa na construção de sua nova fábrica em Ribas do Rio Pardo (MS), ao concluir a montagem da estrutura metálica da Caldeira de Recuperação, com o içamento da peça chamada de “balão de vapor” da caldeira.

INVASÕES DO MST

O presidente da Suzano também foi questionado sobre as recentes invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) às áreas produtivas da Suzano na Bahia e no Espírito Santo e destacou que a posição da companhia sempre foi muito clara em relação à preservação dos direitos constitucionais.

“É inaceitável discutir invasão a propriedade privada. A Suzano claramente fica em uma posição de não aceitar a situação, mas entende que precisa construir pontes com os movimentos sociais e buscar soluções, como tem feito”, afirmou Schalka.

Fonte
Valor Econômico
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