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Setor de celulose e papel cresce 17,1% em janeiro no Espírito Santo

Alta demanda global impulsiona o segmento, mas produção industrial geral do estado recua 8,8%

A indústria de celulose, papel e produtos de papel no Espírito Santo iniciou 2025 em expansão, registrando um crescimento de 17,1% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE, divulgada nesta terça-feira, 18, e analisada pelo Observatório Findes.

Apesar do avanço expressivo do setor, a indústria capixaba como um todo apresentou retração de 8,8% no período. O desempenho negativo foi puxado pelas quedas na indústria extrativa (-12,8%), impactada pela menor produção de petróleo, gás natural e pelotas de minério de ferro, e na indústria de transformação (-0,7%). Em nível nacional, a produção industrial cresceu 1,4% no mesmo período.

“Mesmo diante de um cenário desafiador, o segmento da indústria de celulose segue em crescimento, o que demonstra a capacidade de recuperação do setor. Este segmento tem se beneficiado de uma maior demanda, e consolida o Espírito Santo como um polo relevante no setor, inclusive, gerando cada vez mais valor agregado”, destacou o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Paulo Baraona.

O desempenho positivo do setor de celulose foi impulsionado por fatores externos, como a paralisação da papeleira chinesa Chenming e a alta nos preços globais da celulose. “A paralisação de concorrentes internacionais e a elevação dos preços globais da celulose beneficiaram a produção local, criando oportunidades para o setor. O segmento também tende a se beneficiar da nova fábrica de papel tissue anunciada pela Suzano, prevista para iniciar operações ainda em 2025”, apontou a economista-chefe da Findes e gerente-executiva do Observatório Findes, Marília Silva.

No acumulado de 12 meses, a indústria de transformação capixaba cresceu 1,4%, com destaque para a metalurgia, que avançou 5,8% devido à maior demanda interna por produtos siderúrgicos, impulsionada pelos setores automotivo e da construção civil. Já o segmento de celulose, papel e produtos de papel registrou queda de 3,7% no período, assim como a fabricação de produtos alimentícios (-0,7%) e de minerais não metálicos (-0,6%).

Mesmo com os desafios, a expectativa é de recuperação gradual da indústria capixaba ao longo do ano. “A indústria extrativa impactou os resultados gerais de janeiro, mas os avanços em setores como celulose e metalurgia demonstram que há espaço para crescimento. A perspectiva de aumento na produção de minério de ferro e as novas operações industriais previstas para o ano podem fortalecer ainda mais o desempenho do setor industrial”, avaliou Marília.

Além disso, investimentos produtivos no Estado, como a plena operação da plataforma Maria Quitéria, da Petrobras, a expansão da Marcopolo em São Mateus e a nova unidade da Suzano em Aracruz, devem contribuir para um cenário mais positivo. “O primeiro trimestre de 2025 ainda reflete os desafios do final de 2024, mas os investimentos e a reestruturação da produção local indicam que a indústria capixaba pode ter um ano de recuperação e crescimento”, conclui a economista-chefe da Findes.

Fonte
Folha do ES
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