Setor de papel e celulose apresenta acomodação nos estoques após fim da pandemia
Com a retomada da economia e o fim das restrições sanitárias, gradualmente, a indústria papeleira tem ajustado seus níveis de estoque e produção
Durante a pandemia de Covid-19, o segmento de papel e celulose sofreu um boom na demanda, principalmente em relação às embalagens utilizadas no e-commerce, por causa das restrições sanitárias que levaram muitos consumidores a realizar suas compras na internet.
No período pós-pandemia, com a retomada da economia e o fim das restrições sanitárias, gradativamente, o setor papeleiro tem ajustado seus níveis de estoque e produção. Assim, atualmente, a acomodação dos estoques segue – em escala global – aos níveis registrados antes da pandemia.
No Brasil, a indústria de base florestal obteve um faturamento bruto em 2022 de cerca de R$ 244 bilhões – equivalente a 1,2% da economia nacional – segundo o embaixador José Carlos Fonseca, diretor-presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá). As exportações do setor somaram US$ 11,6 bilhões no último ano, atingindo o recorde no superávit de US$ 10,5 bilhões, alta de 32% em relação a 2021.
Apesar dos resultados expressivos registrados nos últimos três anos, o momento agora é de acomodação. A Suzano, maior produtora de celulose de fibra curta do mundo, já confirmou o ajuste de estoques deste ano e confirmou que seus investimentos não serão atingidos.
Contudo, o cenário atual não deve atrapalhar os planos de crescimento de grandes indústrias como a Suzano, que elevou para R$ 22,2 bilhões o investimento previsto para sua nova fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo (MS), o Projeto Cerrado. O aumento de 15% reflete a correção de contratos pela inflação, bem como a opção de a empresa utilizar meios próprios – tanto produtos quanto serviços – invés de adquirir de terceiros. O valor adicional deve ser desembolsado em 2024.