Setor de papel e celulose deve sofrer mais pressão em 2023, segundo Rabobank
Para o banco holandês, a desaceleração econômica combinada com estoques maiores, deve diminuir o fluxo de matéria-prima no cenário global
Apesar da demanda por celulose ter sido resiliente aos preços elevados até o terceiro trimestre, segundo perspectiva do Rabobank para o setor, o cenário macroeconômico tem pesado cada vez mais sobre a indústria de papel e papelão, e deve carregar mais pressão nos mercados globais ainda no primeiro semestre de 2023.
Na Europa, as indústrias de papéis gráficos e tissue já apontam queda na produção, enquanto nos Estados Unidos o banco holandês também espera redução no consumo, embora com mais tração do que as economias europeias.
Além disso, o estudo do Rabobank aponta que a resiliência até o terceiro trimestre tem ligação com grandes players pagando mais para garantir suprimentos – como a China e alguns outros mercados. Com isso, para o próximo ano, a desaceleração econômica combinada com estoques maiores, deve diminuir o fluxo de matéria-prima no cenário global.
Já para o Brasil, com a melhora do comércio para as papeleiras no segundo semestre e a continuidade do front exportador dos maiores consumidores de embalagens, o setor deve estar fora da curva, de modo positivo. O varejo também pode seguir positivo, com a provável continuidade do Auxílio Brasil de R$ 600 no governo que assume em 2023.
Apesar dos desafios listados pelo Rabobank, a entidade indica que a produção de celulose deve ganhar impulso, com novas fábricas entrando em operação, inclusive no Brasil.
Para o banco, os preços devem começar a perder certo fôlego ainda no final deste ano, e seguir um pouco mais frágeis, enquanto os sinais de demanda não melhorarem para sorver essa maior disponibilidade das indústrias de celulose e os estoques das transformadoras em papel e embalagens.