A Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, em parceria com a USAID e a Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA), vão investir R$ 1,6 milhão no projeto de Desenvolvimento Sustentável Territorial no sudeste do Pará.
A iniciativa foi formalizada na última sexta, 30, com a presença das organizações parceiras e representantes das organizações beneficiadas e tem como objetivo contribuir para o fortalecimento da agricultura familiar e o extrativismo sustentável na Amazônia Legal.
No decorrer deste ano, 420 famílias de 13 organizações comunitárias dos municípios de Dom Eliseu e Ulianópolis, no estado do Pará, serão beneficiadas com o projeto.
A Associação dos Pequenos Produtores e Produtoras Rurais da Colônia Sapucaia (APPRUCOSA) será responsável pela implementação do projeto, que também tem como parceira institucional a Aliança Bioversity & CIAT, que faz parte do CGIAR, um consórcio global de pesquisa para um futuro sem fome, dedicado a reduzir a pobreza, contribuir para a segurança alimentar e nutricional e melhorar os recursos naturais.
O projeto considerou os diversos desafios encontrados por agricultores e agricultoras familiares e extrativistas da região. Entre eles, estão a carência de assistência técnica, tecnologia, inovação e investimento, os quais podem garantir segurança alimentar e nutricional e renda para as famílias, além da definição de estratégias visando o desenvolvimento socioeconômico das organizações e seus beneficiários.
Segundo Giordano Automare, gerente executivo de Desenvolvimento Social da Suzano, o principal resultado esperado desta iniciativa é a diminuição da pobreza e da vulnerabilidade socioeconômica das comunidades locais, em conjunto com a proteção do bioma amazônico. “Por meio de ações coletivas de associados do setor privado, organizações da sociedade civil e parceiros internacionais, o objetivo é fomentar novos modelos de desenvolvimento sustentável na Amazônia por meio da identificação e execução de soluções viáveis no desenvolvimento de comunidades vulneráveis, na conservação da biodiversidade e no uso inovador dos recursos naturais locais”, declarou.
A primeira estratégia adotada é o fortalecimento produtivo e o acesso ao mercado para os produtos da agricultura familiar e do extrativismo. Já a segunda é a implantação de um centro de formação de referência em agricultura sintrópica, onde serão promovidas capacitações teóricas e práticas, com foco especial em mulheres e jovens, para estimular e fortalecer as práticas agroecológicas, a apicultura e o ecoturismo comunitário.
A agricultura sintrópica é constituída por um conjunto de técnicas para o desenvolvimento da agricultura, no qual os processos naturais são traduzidos para as práticas agrícolas, promovendo regeneração do solo, favorecimento do ciclo da água e independências de insumos externos, promovendo o plantio agrícola concomitante a regeneração dos ecossistemas, e a APPRUCOSA, criada em 1997 é composta por pequenos agricultores oriundos dos estados do Maranhão, Espírito Santo e Pará, que já estão no território desde o início dos anos 80 e hoje são uma referência regional no desenvolvimento dessa prática.
Os recursos do projeto serão investidos na implantação de Sistemas Agroflorestais, quintais agroecológicos e na atividade da apicultura, além da melhoria de mais de 200 hectares de campos de arroz. Além disso, serão elaborados planos de ecoturismos de base comunitária e de comercialização dos produtos da agricultura familiar e do extrativismo. O investimento ocorrerá na formação e capacitação de mais de 400 pessoas em práticas agroecológicas, na formação de condutores ambientais e de agentes multiplicadores agroflorestais.