Suzano é novamente a vencedora do Valor 1000 em Papel e Celulose
Com quase 100 anos, a companhia preserva sua resiliência e flexibilidade para se manter competitiva globalmente ao longo dos anos
Com quase 100 anos de operações, a Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, foi novamente reconhecida pelo prêmio Valor 1000 como a melhor empresa do setor na categoria Papel e Celulose. O reconhecimento se deve à sua liquidez e disciplina financeira, bem como sua resiliência e flexibilidade para se manter competitiva globalmente ao longo dos anos.
Para a vencedora do ranking Valor 1000 em papel e celulose, a disposição para investir em tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, e aprimoramentos de gestão se mantém firme mesmo em um cenário mais difícil, em termos de custos operacionais, como acorrido no ano passado.
“Estamos vivendo um momento de crescimento e transformação, com investimentos estratégicos que ampliam nossa capacidade produtiva e diversificam nosso portfólio”, disse Walter Schalka, presidente da Suzano. Entre os exemplos, Schalka citou o Projeto Cerrado, que será a maior fábrica de celulose em linha única do mundo e a aquisição dos ativos de tissue da Kimberly-Clark no Brasil, que a coloca na posição de líder do mercado nacional de papeis higiênicos.
No último ano, a companhia – eminentemente exportadora – viu os custos de seus insumos subirem. “Para o nosso negócio, 2022 foi um ano que começou muito melhor do que terminou. O segundo semestre foi mais difícil que o primeiro em termos de preços dos nossos produtos. Foi um desafio muito grande no lado dos custos”, afirmou Marcelo Bacci, diretor-executivo de Finanças, Relações com Investidores e Jurídico da Suzano.
Para 2023, as expectativas mostram que o impacto nos preços de celulose – determinantes para o resultado da Suzano – aumentará o desafio da gestão da companhia. Segundo Bacci, houve um grande aumento na produção mundial de celulose este ano, mas a demanda não acompanhou o mesmo ritmo de crescimento. “São fatores globais de oferta e demanda do produto. A demanda tende a se recuperar e crescer ao longo do tempo, mas, neste ano, há um desbalanceamento que levou à queda no preço da celulose. Isso vai fazer com que nossos resultados sejam piores do que no ano passado”, disse o executivo. “Diria que, como um todo, 2023 não será tão bom quanto 2022. Naqueles itens que estão sobre o nosso controle, porém, vamos conseguir evoluir”, acrescentou.
A confiança da companhia tem fundamento, pois em momentos mais adversos para o cenário de commodities são enfrentados com bastante disciplina financeira. De acordo com Bacci, a gestão financeira conservadora e consistente ao longo dos anos, garante à companhia a capacidade de manter a produção em alto volume e com custos mais baixos. “A gente vive as mesmas turbulências que todas as empresas da indústria. Mas, em geral, nos saímos um pouco melhor do que os outros, porque temos custos baixos, inovação e disciplina de capital. Isso tem sido uma constante ao longo desses anos”, disse o executivo.
A disciplina financeira da companhia pode ser vista em negociações de dívidas. Segundo Bacci, 85% da dívida da empresa tem taxas de juros fixas, ao custo médio de 4,7% ao ano em dólar, com prazo médio de mais de seis anos de pagamento.
Outro ponto positivo é a liquidez, que chegou a US$ 6,3 bilhões, no final do primeiro semestre. “Isso nos garante para manter os planos de investimento, a despeito da conjuntura de taxas de juros no Brasil”, afirmou Bacci.
Uma gestão financeira conservadora é determinante para garantir investimentos constantes. Mesmo entre as empresas brasileiras, Bacci ressalta a eficiência da Suzano em gestão, escala e desenvolvimento tecnológico, em florestas e na produção industrial.
Segundo Bacci, entre os anos de 2019 e 2023, o volume total de investimentos da Suzano supera R$ 50 bilhões. O total contempla o Projeto Cerrado, que já recebeu o investimento de mais de R$ 22,2 bilhões. A conclusão do projeto para o início das operações da nova fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo (MS), está prevista para junho de 2024. Depois de pronta, a unidade produzirá dois milhões de toneladas nos primeiros 12 meses de operação, com capacidade nominal de 2,55 milhões de toneladas por ano.
Autossuficiente em energia, de fonte renovável, a unidade Cerrado vai exportar um excedente de 180 megawatts (MW) para o sistema nacional. “Sabemos que o nosso papel vai além da produção de papel e celulose. Queremos ser agentes de mudança e para isso temos metas ambiciosas, considerando as pessoas e o planeta, as quais contemplam redução de emissões, conservação da biodiversidade e combate à pobreza”, afirmou Schalka.
De acordo com o executivo, o compromisso da Suzano é “com a inovação, a sustentabilidade e a geração de valor, elementos essenciais para a construção de um futuro melhor”.
Para isso, na visão de Bacci, é necessário disciplina financeira e de capital, resiliência e flexibilidade, mas é preciso diferenciar resiliência e flexibilidade. Mais importante ainda, diz ele, é saber combiná-las. O executivo ainda ressalva que não há empresa totalmente resiliente a tudo. “Uma empresa 100% resiliente é impossível. Ter que se preparar para qualquer coisa seria muito caro. Nem sei se existe uma empresa assim, mas é preciso estar pronto para suportar minimamente os chacoalhões do mercado”, afirmou. “Quando você combina resiliência e flexibilidade, cria um modelo com muita capacidade de se manter estável e sustentável no longo prazo”, complementou.
Para a Suzano, sob seu ponto de vista de gestão, a longevidade aliada à capacidade de buscar inovação, em todas as etapas produtivas é considerada um diferencia. “A gente brinca que é um velhinho inovador. A companhia traz a inovação no DNA. A Suzano introduziu a celulose de eucalipto no mundo nos anos de 1960”, lembrou Bacci.
Independentemente dos ciclos de resultado, o compromisso da companhia de investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D) não se esgota. A Suzano está constantemente focada em melhorar a qualidade do seu material genético para plantio e investe em várias frentes como inovações de produtos, novas formas de produção e técnicas para atividades florestais, industriais ou logísticas. “A inovação constante e consistente é um dos fatores importantes para ser uma empresa centenária”, afirmou Bacci.
Ainda segundo Bacci, a Suzano preza pela governança, o que vem garantindo também a sustentabilidade de longo prazo da companhia. “Temos uma gestão profissionalizada há muitos anos. O fato de termos um grupo de acionistas de referência nos garante o foco nos resultados de longo prazo. Tentamos sempre otimizar o curto prazo, porém sem fazer nada que prejudique a sustentabilidade dos negócios no longo prazo”, disse.
“Precisamos tomar decisões de investimento muito consistentes. Com um olho na estrutura de capital da companhia, no seu endividamento, na sua liquidez, que permita à companhia atravessar de forma saudável períodos de turbulência que sempre existem na nossa indústria. E sair desses períodos mais difíceis sempre melhor do que quando entrou. Essa tem sido uma característica da Suzano”, finalizou.