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Suzano é pioneira no uso de marcadores moleculares para plantio de eucalipto

Por meio de sua subsidiária FuturaGene, a descoberta da companhia possibilita uma seleção precoce de clones resistentes ao Distúrbio Fisiológico do Eucalipto

A FuturaGene, subsidiária de biotecnologia da Suzano, em parceria com a equipe de melhoramento genético da companhia, identificou marcadores moleculares associados à tolerância do eucalipto ao Distúrbio Fisiológico do Eucalipto (DFE).

Esse distúrbio é uma importante doença abiótica que reduz significativamente a produtividade dos plantios de eucalipto, sendo relatado pela primeira vez em 2005, nas regiões litorâneas dos estados do Espírito Santo e Bahia – áreas que até então eram consideradas altamente produtivas para plantios clonais de eucalipto.

Os clones suscetíveis à doença passaram a demonstrar perda da dominância apical, com morte de galhos e folhas, evoluindo para cancros e brotações epicórmicas ao longo do tronco. Esse tipo de clone chegou a expressar sintomas de forma homogênea, e a depender do local e da suscetibilidade do material genético, pode entrar em colapso e morrer.

Sintomas do Distúrbio Fisiológico do Eucalipto em plantas de genótipos suscetíveis com quatro anos de idade. No alto: tortuosidade e perda de dominância apical. Embaixo: cancros ao longo do caule com emissão de brotações epicórmicas

A origem desta importante doença abiótica permanece desconhecida, mas tem forte controle genético. Dessa forma, a seleção de materiais genéticos resistentes ao DFE é a única alternativa para evitar danos às plantações.

Antes do desenvolvimento das marcas moleculares, a seleção de clones resistentes baseava-se nos resultados de longas avaliações, realizadas em uma extensa rede de experimentos de campo. Essas avaliações exigem o plantio de testes clonais em várias regiões e o acompanhamento desses experimentos por um período de um a dois ciclos de plantio, ou seja, de 7 a 14 anos, resultando em um processo muito caro e demorado.

Por essa razão, a descoberta da FuturaGene possibilita uma seleção precoce de clones resistentes ao distúrbio. Em 2012, pesquisadores da companhia instalaram uma série de experimentos em regiões consideradas hot spots para o DFE, e analisaram a taxa de segregação entre o número de indivíduos resistentes e o número de suscetíveis.

Com base nos resultados dessas análises, os pesquisadores identificaram a oportunidade para procurar marcas no genoma do eucalipto que pudessem ser usadas para a seleção precoce de clones resistentes ao DFE.

Aproximadamente 10 mil materiais genéticos, incluindo clones e progênies individuais, foram caracterizados em campo, relacionado a resistência ou suscetibilidade ao DFE. Aproximadamente 2,5 mil indivíduos tiveram seus genomas completamente sequenciados; outros 500 indivíduos foram genotipados utilizando o 60K SNP-Chip da Illumina. Os dados gerados foram analisados, paralelamente, pela equipe de bioinformática da FuturaGene e por empresas parceiras da Suzano no Brasil (Agropartners), em Israel (NRGENE) e Estados Unidos (RapidGenomics).

Como resultado, foram identificadas regiões genômicas fortemente associadas à resistência ao DFE, possibilitando o desenvolvimento de marcadores moleculares para serem utilizados na seleção precoce de clones resistentes ainda em fase de muda, antes de serem levados a campo, com precisão antecipada do fenótipo maior que 90%.

Esses marcadores moleculares estão sendo usados atualmente no programa de melhoramento da Suzano nos estados da Bahia e do Espírito Santo, viabilizando a seleção de clones resistentes ao DFE. É a primeira vez que marcadores moleculares são utilizados em escala operacional no setor florestal, um trabalho pioneiro, conduzido pelo time da Suzano, que abre oportunidades para mais estudos na área de seleção assistida.

* Autores da pesquisa: Rodrigo Neves Graça (Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da FuturaGene/Suzano), Dror Avisar (Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da FuturaGene) e Thiago Romanos Benatti (pesquisador sênior na Suzano)

Fonte
Suzano
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