Suzano investirá US$ 70 milhões em veículo de fomento a startups
O corporate venture capital da empresa integra a estratégia de construir uma plataforma global de estímulo à inovação aberta na área de baixo carbono
A Suzano anunciou que vai destinar inicialmente US$ 70 milhões a Suzano Ventures, veículo de investimento e fomento a startups. O corporate venture capital (CVC) da empresa, que integra a estratégia de construir uma plataforma global de estímulo à inovação aberta na área de baixo carbono, vai focar em negócios da fase laboratorial (pré-seed) até os mais estruturados (série A), que contemplem soluções relacionadas à bioeconomia com base florestal.
A Suzano possui quatro frentes de interesse: novos materiais derivados de biomassa do eucalipto, embalagens sustentáveis, agritech e carbono. “Com a Suzano Ventures, queremos acelerar o processo de inovação da companhia”, explica o diretor de negócios de carbono e corporate venture Julio Ramundo.
De acordo com o executivo, não há prazo ou meta de recursos para o CVC, que poderá receber mais aportes no futuro. Além dos US$ 70 milhões, a companhia almeja fechar ao menos um investimento ainda neste ano e a Suzano Venture já analisa uma startup inglesa, da área de novos materiais.
“Acreditamos que, nos próximos meses, haverá um fluxo recorrente de oportunidades”, destaca Ramundo. Os investimentos devem representar participações de 10% a 40% nas startups, sem aquisição do controle, já que a proposta da gigante de celulose é se colocar como parceira. “Não queremos ter posição dominante ou arrogante, mas que a Suzano seja parceria preferencial desses ecossistemas no mundo”.
A Suzano Ventures deve lançar a primeira competição para seleção de projetos em agosto e fará chamadas recorrentes. Nos próximos meses, a ideia é fechar acordos com aceleradoras para as startups em estágio “pré-seed”.
A companhia prevê investir em cerca de dez a 15 projetos “seed” e série A e entre 15 e 20 projetos pré-seed, no Brasil e no exterior.
A Suzano já possui uma base robusta de pesquisa e desenvolvimento e presença internacional, tendo realizado investimentos diretos em startups. A Futuragene, empresa de biotecnologia com foco em melhoramento florestal, é hoje subsidiária integral da companhia.
Já a finlandesa Spinnova desenvolveu uma tecnologia de produção de fibras têxteis a partir da celulose e resíduos da madeira sem uso de químicos nocivos. A companhia europeia abriu capital em 2021, avaliada em 390 milhões de euros.