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Suzano pretende manter os níveis de estoques de celulose baixos

“A Suzano aprendeu com erros do passado, como o de 2019, quando os estoques foram elevados”, afirmou Walter Schalka, presidente da companhia

Recentemente, novos projetos de celulose acrescentaram novas capacidades que gradualmente chegam ao mercado. Segundo Leonardo Grimaldi, diretor comercial de celulose e logística da Suzano, a entrada de mais matéria-prima ao mercado deve ser maior no segundo semestre deste ano. A combinação da entrada destes novos volumes com uma demanda mais fraca na Europa – juntamente com o redirecionamento da celulose que seria colocada neste mercado para a China – tem pressionado os preços no mercado chinês.

Até o momento, a Suzano permanece com estoques de celulose em níveis abaixo do ideal, sem intenção de recomposição, apesar da curva descendente dos preços. “A Suzano aprendeu com erros do passado, como o de 2019, quando os estoques foram elevados. Vamos mantê-los em níveis baixos”, afirmou Walter Schalka, presidente da companhia.

De acordo com Grimaldi, no primeiro trimestre de 2023, a demanda aumentou na China, mesmo que com maior concentração apenas em março. Na Europa, por sua vez, a procura foi abaixo do esperado, o que fez com que a companhia redirecionasse volumes para o mercado chinês – com consequente correção mais acentuada dos preços. “Continuamos a ver algum otimismo entre os clientes na China e estoques baixos, o que sustenta a demanda no curto prazo”, disse o executivo.

No início do segundo trimestre, nesse mês de abril, a entrada de pedidos se manteve em linha com o mês de março e com os volumes históricos. Contudo, a expectativa é de continuidade do movimento de desestocagem nas papeleiras na Europa. “Esperamos continuidade desse direcionamento de volumes da Europa para a China e volumes adicionais de celulose mais fortes no segundo semestre”, completou o diretor.

No entanto, as paradas não programadas em fábricas devem continuar pressionando a oferta. Atualmente, a fabricação de fibras na Ásia deve ser reduzida em razão dos preços abaixo do custo marginal, o que colabora na pressão da oferta. Nesse sentido, conforme Grimaldi, algumas papeleiras integras podem parar temporariamente suas linhas de fibras e comprar a matéria-prima no mercado – sendo que a própria Suzano já vendeu celulose para produtores integrados.

Não há dados precisos sobre a potencial demanda resultante desse movimento, mas, segundo o executivo, considerando a produção integrada de 8 milhões a 9 milhões de toneladas na China e redução de 10%, haveria procura adicional de 800 mil a 900 mil toneladas de celulose de mercado.

Fonte
Valor Econômico
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