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Suzano projeta crescimento na demanda de cerca de 1 milhão de toneladas de celulose em 2023

Segundo Leonardo Grimaldi, diretor comercial de celulose e de gestão e gente da Suzano, os estoques de celulose da companhia permanecem abaixo do nível operacional considerado ótimo

Segundo Leonardo Grimaldi, diretor comercial de celulose e de gestão e gente da Suzano, os estoques de celulose da companhia permanecem abaixo do nível operacional considerado ótimo, na esteira do volume de vendas positivo observado no quatro trimestre. Conforme apontou o executivo, a entrada de novos pedidos para a companhia foi estimulada pela redução dos preços da celulose vendida na China, em US$ 40 por tonelada, no fim do ano passado.

“Tem notado maior otimismo nos clientes [na China] e melhora das expectativas. Em janeiro, recebemos pedidos acima dos níveis vistos em novembro e dezembro, e em fevereiro vemos um ritmo em linha com o histórico”, afirmou Grimaldi.

Já do lado da oferta, Leonardo ressaltou que os volumes adicionais ainda não chegaram ao mercado. “Esses volumes vão chegar gradualmente no mercado, e provavelmente com mais força no segundo semestre”, destacouo executivo.

Nesse contexto, na parte da demanda, a Suzano projeta um crescimento orgânico de cerca de 1 milhão de toneladas de celulose de fibra curta para este ano. No curto prazo, a empresa observa um equilíbrio “saudável” entre oferta e demanda. “Paradas em fábricas continuarão trazendo pressão adicional na oferta, assim como o aumento de custos de produção e de madeira”, acrescentou Grimaldi.

Para o diretor, à medida que os preços da celulose se aproximem do custo caixa de produção, sobretudo os consumidores asiáticos vão acelerar a recomposição de estoques da fibra. “Os consumidores anteciparam a nova oferta e isso está pressionando a curva de preços. Mas o aumento de custos também elevou o custo marginal da indústria”, explicou.

CUSTO DE CAIXA

Após um crescimento de 25% no custo caixa de produção de celulose no quarto trimestre – ante o mesmo período em 2021 –, a Suzano projeta maior estabilidade para este ano, segundo o diretor de operação de celulose da companhia, Aires Galhardo. “Como visto nos demais trimestres de 2022, há um novo nível de custos com commodities e de inflação”, disse o executivo.

“Olhando para a frente, vemos uma potencial redução gradual do custo caixa, especialmente se os preços das commodities recuarem. Diferente de 2022, vemos uma performance mais estável do custo caixa neste ano”, afirmou Galhardo.

Para Carlos Aníbal, diretor florestal, de logística e suprimentos da Suzano, os custos com madeira subiram principalmente em razão do diesel mais caro e do encarecimento da logística e de equipamentos. “Vemos uma competição crescente por terra e madeira em algumas regiões do país e isso resulta em custos mais elevados da madeira [nessas regiões]”, observou o executivo.

Nesse sentido, a companhia tem se movimentado para garantir acesso a madeira adicional e novos áreas de plantio, conforme o presidente Walter Schalka. A percepção, segundo ele, é que a escassez atual do insumo deve impedir novos anúncios de projetos de celulose ao menos até 2028 na América do Sul, além do investimento já anunciado pela Arauco.

“Nossa visão é que não tem madeira para projetos no curto prazo na região”, disse Schalka. Além disso, o custo elevado da madeira deve refletir na necessidade de investimentos maiores em projetos futuros, acrescentou.

NOVOS PROJETOS

“Não é o momento de anunciar novos investimentos, mas vamos acompanhar as oportunidades que apareçam”, comentou Marcelo Bacci, diretor de finanças e relações com Investidores da companhia.

De acordo com o executivo, este ano será desafiador para a empresa do ponto de vista de alocação em capital de novos projetos, que já possui um alto investimento em curso e previsto para as operações e projetos atuais. Também ressaltou que já incertezas quanto à geração de caixa frente à curva decrescente dos preços da celulose.

Segundo Bacci, o Projeto Cerrado está dentro do prazo e do orçamento. “Não esperamos nenhum desvio relevante do investimento anunciado”, ressaltou o executivo.

Walter Schalka indicou, ainda, que a companhia seguirá investindo no Brasil, nos diferentes cenários, nas próximas décadas. O presidente reiterou a que a companhia já traçou suas avenidas de crescimento, mas poderia “encarar oportunidades orgânicas e inorgânicas [de crescimento]” a depender do cenário.

Fonte
Valor Econômico
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