
Cerca de mil mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam uma área da Suzano em Aracruz, no Espírito Santo, na manhã dessa quinta-feira, 13. O grupo estava protestando contra os impactos ambientais da monocultura de eucalipto e cobra o cumprimento de um acordo firmado em 2011, no qual a empresa e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) se comprometeram a destinar 22 áreas para assentamentos rurais.
Durante a ação, o MST bloqueou um trecho da rodovia ES-445, ateando fogo em pneus e exibindo faixas. Por volta das 6h, agentes de segurança privada da empresa Souza Lima chegaram ao local, mas, até o momento, não houve intervenção da Polícia Militar.
POSICIONAMENTO DA SUZANO
“A companhia informa que um imóvel produtivo de sua legítima posse e propriedade foi invadido ontem no município de Aracruz (ES), por uma ação ilegal do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), razão pela qual ingressou em juízo e já obteve uma decisão liminar favorável ao pedido de reintegração de posse. A justiça de Aracruz entendeu que a invasão constitui flagrante violação ao direito de posse e propriedade, concedendo a liminar e determinando a desocupação imediata da área. A empresa ainda aguarda os trâmites preparatórios para a desmobilização das pessoas do local.
A invasão no Espírito Santo causa estranheza, uma vez que acontece em um contexto de diálogo frutífero entre a companhia, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), com importantes convergências alcançadas em agendas entre os envolvidos e representantes do governo federal.
A companhia ressalta a importância do diálogo produtivo e a crença de que as conversas devem ocorrer em um ambiente colaborativo e de absoluto cumprimento aos acordos, às Leis e à manutenção do Estado de Direito. No caso do Acordo firmado com o MST do Espírito Santo, a companhia entende que, enquanto a invasão perdurar, este ambiente colaborativo não existe e suspenderá as negociações até então em curso.
A empresa repudia qualquer tipo de violência e relembra que outros acordos vigentes envolvendo a empresa, o MST e o Incra estão sendo integralmente cumpridos pela companhia até o momento, e são colocados em risco por conta de ações como esta.
Por fim, cabe ressaltar que a empresa cumpre integralmente as legislações ambientais e trabalhistas aplicáveis às áreas em que mantém atividades, tendo como premissas em suas operações o desenvolvimento sustentável e a geração de valor e renda, reforçando assim seu compromisso com as comunidades locais e com o meio ambiente”, destacou a Suzano, em nota.