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Suzano tem lucro líquido de R$ 23,4 bilhões em 2022, alta de 171%

Segundo o presidente Walter Schalka, 2022 foi o melhor ano na história da companhia

A Suzano, maior produtora mundial de celulose de mercado, reportou os resultados financeiros referentes ao ano de 2022 e, segundo o presidente da companhia, Walter Schalka, registrou o melhor ano de sua história, com geração de caixa expressiva, sustentada no câmbio e preços elevados da celulose, o que mais que compensou o aumento do custo com commodities.

A receita líquida da companhia avançou 22%, para R$ 49,8 bilhões, enquanto o lucro líquido chegou a R$ 23,4 bilhões, alta de 171%. Já o Ebitda ajustado da empresa cresceu 20%, somando R$ 28,2 bilhões.

Para Schalka, além do forte desempenho operacional e financeiro, a empresa teve conquistas importantes na parte ambiental, tem projetos relevantes em curso e tornou mais competitiva sua base florestal, entre outros avanços. “A companhia tem feito investimentos expressivos, com um plano de R$ 18,5 bilhões para 2023”, afirmou o executivo.

Walter Schalka, presidente da Suzano

Contudo, segundo o presidente da Suzano, o maior foco de atenção ainda são custos e inflação. “Essa é a principal questão, saber quanto do custo é conjuntural e quanto é estrutural. E com algum evento geopolítico mais relevante, que afete a demanda no mundo”, apontou Walter, acrescentando que o risco de o mundo entrar em recessão por causa dos níveis elevados de inflação e juros também é ponto de atenção.

QUARTO TRIMESTRE

Entre outubro e dezembro de 2022, a Suzano triplicou seu lucro líquido, que chegou a de R$ 7,46 bilhões, na comparação ano a ano. Já a receita líquida da companhia somou R$ 14,37 bilhões, crescimento de 25% na comparação anual, sendo impulsionada pelos preços elevados da celulose e do papel.

No quarto trimestre, o preço médio líquido da celulose exportada pela empresa cresceu 32% ante o mesmo período um ano antes, enquanto o preço médio líquido do papel aumentou 39%, na mesma base de comparação. Em volume, as vendas de celulose cresceram 1%, alcançando 2,76 milhões de toneladas, e as de papel recuaram 9%, para 338 mil toneladas.

O Ebitda ajustado da companhia, por sua vez, alcançou R$ 8,18 bilhões, alta de 29% frente o mesmo período em 2021, porém recuou 5% ante o terceiro trimestre de 2022.

ESTIMATIVA DE CUSTO TOTAL OPERACIONAL DA CELULOSE

A Suzano também informou que teve de elevar as estimativas de custo total operacional da celulose no longo prazo, em razão da inflação, gastos maiores com atividade florestal e despesas adicionais com melhoria de competitividade. A empresa estima que dos R$ 1,5 mil por toneladas projetados anteriormente, chegue a R$ 1,75 mil por tonelada de celulose até 2027. Essa conta considera custo caixa de produção, incluindo paradas programas para manutenção, custos e despesas logísticas, com vendas e administrativas e investimentos em manutenção.

“A boa notícia é que vai ser abaixo do que é hoje”, afirmou o diretor de Finanças, Relações com Investidores e Jurídico da Suzano, Marcelo Bacci. Entre 2021 e 2022, o aumento do custo caixa sem parada chegou a 28%, e o desembolso operacional total alcançou R$ 2.022 por tonelada.

De acordo com Bacci, o Projeto Cerrado, que tem custo de produção ainda mais baixo que o atual da companhia, iniciativas de produtividade e alguma normalização dos preços das commodities contribuirão para que a Suzano seja menos afetada por essas pressões externas.

Segundo Schalka, esse aumento generalizado de custos na indústria contribui para estabelecer um novo suporte aos preços internacionais da celulose, mas não está claro até que ponto irá a correção iniciada em dezembro.

“Difícil saber em que preço a celulose vai chegar em 2023, mas temos uma percepção um poco mais benigna do mercado”, comentou o executivo.

MERCADO INTERNACIONAL

Segundo Walter Schalka, a China retornou às compras em um ritmo “bastante positivo”, enquanto na Europa e nos Estados Unidos o mercado de tissue – ou papéis sanitários – segue crescendo. O executivo observa também algum enfraquecimento no mercado de imprimir e escrever europeu, embora a demanda de celulose, no geral, esteja sadia.

Já o negócio de papel da companhia observa um cenário mais fraco este ano, tanto internacionalmente quanto no mercado doméstico, sendo impactado pela inflação – que afeta diretamente o consumo das famílias.

Fonte
Valor Econômico
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