Celulose no BrasilNotícias

Suzano avalia oportunidades em diversas geografias, afirma CEO

A companhia não comentou a possível oferta de compra pelos ativos da International Paper

Walter Schalka, atual presidente da Suzano, afirmou que a companhia manterá a perspectiva de longo prazo de investimentos e, portanto, de crescimento. A cerca de dois meses de deixar o cargo, o executivo não comentou a respeito da possível aquisição dos ativos da norte-americana International Paper pela produtora de celulose brasileira.

Fontes indicam que a Suzano fez uma oferta informal de compra pela IP, avaliada em US$ 15 bilhões, com a condição de cancelar a aquisição da britânica DS Smith – o que pode ser um obstáculo nessa transação. “A empresa, de forma agnóstica, vai olhar oportunidades orgânicas e inorgânicas em diversas geografias”, afirmou Schalka.

Ainda sob os efeitos da desvalorização da celulose no ano passado, a Suzano registrou queda de 96% no lucro líquido do primeiro trimestre, para R$ 220 milhões. Já a receita líquida teve recuo de 16%, para R$ 9,46 bilhões, com Ebitda ajustado de R$ 4,56, apresentando baixa de 26%.

Para Schalka, o mercado está mais favorável este ano, com demanda “bastante forte” nas três principais regiões – Ásia, Europa e América do Norte. Nesse sentido, os preços da celulose seguem em recuperação ante o ano anterior. Além disso, eventos não recorrentes, como greves, problemas logísticos e paradas inesperadas em fábricas, contribuíram para o melhor momento de preços, que crescem de forma gradativa. “O preço médio realizado no primeiro trimestre ainda não capturou a totalidade dos aumentos”, afirmou o CEO.

Adicionalmente, o faturamento em celulose entre janeiro e março reflete o movimento de recomposição de estoques, que em dezembro estavam abaixo dos níveis de segurança e, se mantidos naqueles níveis, poderiam colocar em risco o atendimento de clientes no futuro.

PROJETO CERRADO

A nova fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo (MS), nomeado Projeto Cerrado, está seguindo o cronograma para início da operação em junho. Com investimentos que somam R$ 22,2 bilhões, a unidade deverá produzir 2,55 milhões de toneladas anuais de celulose.

Após o start-up, a estimativa é que ocorra uma redução gradativa da alavancagem financeira que chegou a 3,5 vezes em março, no teto previsto na política de endividamento em ciclos de investimento. Segundo Schalka, com custo caixa de produção de celulose de R$ 812 por tonelada nos três primeiros meses do ano, 13% abaixo do visto há um ano, a Suzano deve assistir a nova queda nessa conta após a estabilização de Cerrado.

De acordo com Marcelo Bacci, diretor de Finanças, Relações com Investidores e Jurídico da companhia aos níveis de preço atuais da celulose, Cerrado trará um retorno “bastante expressivo”. “Os novos projetos terão um investimento maior por tonelada do que os que estão sendo realizados agora, porque madeira, terras e capex industrial ficaram mais caros, e terão de ser justificados por preços de celulose mais elevados”, concluiu.

Fonte
Valor Econômico
Mostrar mais
Botão Voltar ao topo