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Suzano encerra negociações com a International Paper, mas ainda foca em expansão internacional

Companhia brasileira investiu em empresa austríaca e reforçou presença no mercado global, apesar de desafios nas tratativas e alavancagem financeira elevada

A Suzano, maior produtora de celulose de mercado do mundo, anunciou o encerramento das negociações para a compra da americana International Paper (IP), decisão que foi bem recebida pelos investidores, levando a uma alta de 12,18% nas ações da empresa, que chegaram a R$ 57 na quinta-feira, dia 27 de junho. As ações, que haviam caído 12% quando as negociações se tornaram públicas em maio, agora acumulam uma perda de 4,17% no período.

A companhia, que já é líder e está entre os maiores nos segmentos em que atua, deixou claro que as fronteiras do Brasil são pequenas para suas ambições de negócio. A empresa demonstrou seu desejo de expandir internacionalmente com a aquisição de 15% do capital da austríaca Lenzing, consolidando sua presença no mercado têxtil mundial. “Cabe destacar que sempre foi condição da Suzano para a concretização desta transação que houvesse o engajamento entre as partes em bases privadas, confidenciais e amigáveis. Não tendo sido possível avançar dessa forma, a Suzano optou por encerrar as tratativas”, disse a empresa em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A Lenzing é uma grande produtora de celulose solúvel e disputa o mercado global de viscose, tecido feito a partir dessa matéria-prima. Com a compra, a Suzano se posicionou como maior acionista do grupo austríaco, com a opção de comprar uma fatia adicional de 15% até o fim de 2028. A presença industrial da Lenzing nos Estados Unidos, Europa, Ásia e Brasil, fortaleceu a posição da Suzano no mercado global.

Apesar do encerramento das negociações com a International Paper, a Suzano não escondeu seu incômodo com os ruídos que marcaram as tratativas. A empresa afirmou que atingiu o “preço máximo para que a transação gerasse valor”, mas não houve engajamento por parte da IP. Outra condição imposta pela Suzano era que a International Paper desistisse da compra da britânica DS Smith, fabricante de embalagens de papelão ondulado com presença relevante no mercado europeu.

A aquisição da IP também representaria a entrada da Suzano no mercado de embalagens de papelão, um novo segmento para a empresa. Apesar da alavancagem financeira elevada, decorrente dos R$ 22,2 bilhões investidos em uma nova fábrica de celulose, o Projeto Cerrado, a Suzano mantém um plano agressivo de expansão em fluff, usado em fraldas descartáveis e absorventes, e continua em busca de novas oportunidades de fusões e aquisições.

Fonte
Valor Econômico
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