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Plano de recuperação judicial da Jari Celulose é aprovado

Em assembleia realizada nesta semana, a fabricante paraense de celulose solúvel, que acumula dívidas de R$ 1,48 bilhão, teve seu plano de recuperação judicial aprovado por 75% dos presentes

Na última quarta-feira, 24, a Jari Celulose, que está em recuperação judicial há cinco anos, chegou a um acordo com seus credores, o que poderá permitir a retomada das atividades na fábrica de celulose em Monte Dourado, no Pará.

Com dívidas que totalizam R$ 1,48 bilhão, a companhia teve seu plano de recuperação judicial aprovado por detentores de R$ 996 milhões em créditos, o equivalente a 75% dos presentes na assembleia geral de credores, incluindo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – maior credor da Jari Celulose, com cerca de R$ 930 milhões em créditos.

Outro credor relevante da companhia, a holding dos irmãos Batista J&F Investimentos, no entanto, votou contra o plano de recuperação da produtora de celulose que estabelece o prazo de 25 anos para pagamento, com amortizações escalonadas condicionadas à receita líquida da Jari Celulose.

“Trata-se de um acordo histórico, que finalmente traz previsibilidade aos credores do recebimento, ainda que parcial, dos seus créditos”, disse Giovanna Michelleto, representante de mais de 50 credores da Jari Celulose, ao Valor Econômico.

SOBRE O PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Segundo Ricardo Aragonês, chefe de reestruturação da Jari Celulose e sócio da Aeté Capital, o plano aprovado pela companhia prevê a captação inicial de pelo menos R$ 70 milhões, com venda de ativos não operacionais ligados a projetos de carbono. Esses recursos, serão investidos na retomada das atividades da fábrica de celulose solúvel.

“Será realizado um leilão para venda desses ativos, que já contam com um investidor no papel de ‘stalking horse’ (investidor que fará a oferta inicial), ancorando a captação”, explicou Aragonês.

A fábrica da Jari Celulose que paralisou suas atividades em agosto de 2022 devido a um problema no turbogerador, foi convertida em 2014 para a produção de celulose solúvel – matéria-prima  com valor agregado cerca de 30% maior do que a celulose branqueada de eucalipto produzida anteriormente pela companhia. Esse processo de conversão é considerado o responsável por desencadear a crise financeira da companhia, administrada pelo empresário Sérgio Amoroso, do antigo grupo Orsa.

De acordo com o plano de recuperação, a operação da fábrica deve retomar gradualmente o seu volume de produção, chegando a 180 mil toneladas anuais. E, se tudo ocorrer como previsto, as atividades podem ser retomadas ainda em junho deste ano.

Fonte
Valor Econômico
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