Paracel adia construção da fábrica de celulose no Paraguai
Segundo a companhia, as obras do investimento de US$ 3 bilhões serão retomadas quando os custos do financiamento caírem
Diante do atual cenário econômico de altos custos de empréstimos globais, a Paracel adiou a construção de sua fábrica de celulose no Paraguai, que contempla o investimento de US$ 3 bilhões. Esta será a primeira fábrica de celulose do país.
Segundo Per Olofsson, diretor executivo interino da Paracel, a empresa dará sequência com o financiamento do projeto no Paraguai – apoiado por um consórcio de investidores locais e europeus – quando as taxas de juros caírem no país. O investimento total previsto é de US$ 4 bilhões, incluindo a usina que deverá ser inaugurada em 2027 – no último lado do cronograma original da empresa.
“Quando as estrelas se alinharem no mercado de capitais, a Paracel estará pronta para continuar com o projeto”, comentou Olofsson, que também é consultor sênior da Girindus Investments, acionista da Paracel.
A fábrica de celulose será construída em Concepción, inclui 180.000 hectares para o plantio de eucaliptos e espera produzir 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano e deve se tornar um importante fornecedor de celulose para a Europa e Ásia.
Espera-se que este projeto possa empregar 4.000 trabalhadores diretos em suas diferentes áreas florestal, industrial e logística. Na mesma linha, o investimento beneficiará 8.000 empregados indiretos no pico da construção da usina.
Apesar da decisão anunciada, a Paracel emitiu um comunicado afirmando que dobrou o desenvolvimento de suas atividades. Entre elas estão 22 mil hectares a serem plantados ainda este ano, movimentação de terra na área industrial e a construção de acampamentos para as empreiteiras.
“A Paracel está pronta para avançar com a construção de sua planta industrial e tem respondido de forma otimizada a todas as exigências de seus diferentes credores. O fechamento financeiro, hoje está sujeito às condições do mercado de capitais, mas essa grande empresa continua avançando com o aporte de seus acionistas”, disse a empresa.
Embora a Paracel importe matéria-prima de outros países da América Latina, como o Brasil, a companhia planeja obter a maior parte de sua madeira de 100.000 hectares de suas próprias terras e desenvolver fazendas de árvores de terceiros no Paraguai.
“Quanto mais nos aproximamos de 2027, mais matéria-prima teremos de nossa madeira interna. A rentabilidade da usina está cada dia melhor”, disse. “Não há muitos outros projetos que você possa realmente construir a um nível de preço competitivo”, concluiu o executivo.