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Aumento na oferta de celulose não será capaz de cobrir a demanda, diz Walter Schalka

O CEO da Suzano também aponta para uma possível variação do preço para baixo, mas não acredita que a especulação de queda nos preços se concretize no curto prazo

O mercado financeiro está projetando uma redução do preço da celulose nos próximos anos, o que impactaria diretamente os resultados das produtoras da commodity, como a Suzano, e suas ações. Contudo, para Walter Schalka, CEO da gigante de celulose, a dinâmica do setor não é tão simples.

“Existe uma miopia do mercado financeiro a respeito do momento que a Suzano está passando. É inexorável que o consumo global de celulose fibra curta aumenta mensalmente 120 mil toneladas”, disse o executivo.

No entanto, a projeção dos investidores aponta para um aumento na oferta com novos projetos em andamento, o que sustenta a ideia de queda nos preços.

Para Schalka, a oferta não será capaz de cobrir a demanda, pois, além da alta recorrente mensal causada pelo crescimento populacional e aumento da urbanização, os estoques em todo o mundo estão em níveis extremamente baixos.

“Não estou falando que não vai ter risco de volatilidade nos preços da celulose, mas não consigo enxergar o decoupling que está acontecendo, pois o preço nunca esteve tão alto e o da ação em dólares está muito baixo”, explicou o CEO.

Outros fatores observados pelo executivo considerados positivos para a atuação da companhia incluem a movimentação da indústria de tissue de fibra longa para o de fibra curta – que é a especialidade da Suzano. “Além do fiber to fiber, também tem o fossil to fiber, então também estamos ganhando o espaço do plástico. Nosso mercado vai continuar crescendo”, declarou Schalka.

O CEO também apontou para uma possível variação do preço para baixo, mas, observando as oscilações desde o início do ano, ele não acredita que a especulação do mercado se concretize no curto prazo. “Não vejo o preço caindo agora”, afirmou.

Segundo o executivo, diante desse cenário, a Suzano segue um pilar fundamental: o de manter sua robustez financeira. “Vamos administrar as nossas políticas de investimentos, de recompras de ações ou de dividendos de acordo com as condições de mercado. Mas o que é inegociável é a nossa robustez financeira. Disso não vamos abrir mão”, concluiu o CEO.

Fonte
Brazil Journal
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