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Klabin enfrenta desafios com demanda aquecida por celulose nos mercados globais

Diretor destacou disparidade entre oferta e demanda, enquanto empresa projetou aumento da produtividade com novo projeto de fábrica

A demanda por celulose de fibra curta continuou robusta nos mercados consolidados, ultrapassando a capacidade de fornecimento da Klabin, conforme declarou Alexandre Nicolini, diretor comercial de celulose da empresa. Em uma teleconferência com analistas para discutir os resultados do primeiro trimestre, o executivo destacou que “os países maduros, de maneira geral, estão performando bem acima da expectativa. Os números [de consumo] para o segundo trimestre são bastante positivos, acima do que a Klabin consegue fornecer em termos de celulose de eucalipto”.

Embora a Europa, América Latina e Estados Unidos apresentem um cenário favorável, Nicolini observou que a dinâmica é diferente na China, onde os preços são sustentados pela escassez de oferta devido a desvios de volumes para outras regiões e problemas logísticos.

O executivo também mencionou que os preços da celulose de fibra longa aumentaram, e é esperado que a diferença de preço em relação à fibra curta atinja US$ 150 por tonelada em breve. No primeiro trimestre de 2024, 600 mil toneladas desse tipo de celulose saíram do mercado, após fechamentos de capacidade que totalizaram 2 milhões de toneladas nos últimos dois anos.

Nicolini ainda antecipou que os preços da commodity podem sofrer novos reajustes. “Isso deve ter alguma influência também nos preços da celulose fluff, que têm se mostrado muito resilientes. Os aumentos foram mais tímidos, do que na fibra curta, mas deve haver novos reajustes”, comentou.

De acordo com Cristiano Teixeira, diretor-geral da Klabin, a tendência positiva nos mercados durante o segundo trimestre deve se manter, destacando uma melhora contínua, impulsionada pela demanda e pelos prazos de entrega estendidos para celulose de fibra curta.

Para o diretor, os preços estão melhores em comparação com o ano anterior, mas ainda há um desequilíbrio. “A gente enxerga que, na celulose de fibra curta, o benefício tem vindo da demanda e do maior prazo de entrega dos produtos. Quanto a preços, seguem com tendência bastante melhor que o ano passado, mas ainda distante do que é o preço de equilíbrio do setor para considerar investimentos”, ponderou.

O diretor ainda apontou que a restrição de oferta na celulose fluff é um fator positivo, enquanto o mercado de cartões enfrenta uma situação de excesso de oferta originada na China, resultando em deflação.

Fonte
Valor Econômico
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