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Klabin mantém investimentos em celulose fluff em espera

Conforme executivos da empresa, a justificava é a espera por uma redução no custo de capital para ampliar a produção deste produto nos próximos anos

Apesar da movimentação do mercado a favor de investimentos em celulose do tipo fluff, destinada para produção de fraldas e absorventes, o diretor-geral da Klabin, Cristiano Teixeira, afirmou que, no momento, aportes para este segmento estão “on hold”.

Recentemente a companhia detalhou os aportes estimados para 2024, somando R$ 4,5 bilhões para o próximo ano – incluindo os R$ 900 milhões postergados de 2023. No entanto, apesar de ser mencionada com destaque, a celulose fluff não foi incluída no pacote de investimentos anunciado. Conforme executivos da Klabin, a justificava é a espera por uma redução no custo de capital para ampliar a produção deste produto nos próximos anos.

“A gente não apresentou nada ao conselho e nem pretendemos em 2024. Mas isso está lá, em uma visão de dez anos”, afirmou Teixeira. Segundo o diretor, a expansão em fluff ocorrerá “na hora que a companhia estiver preparada para isso”.

Atualmente, a companhia possui capacidade produtiva de 400 mil toneladas de celulose fluff de fibra longa. Entre janeiro e setembro, a empresa reportou uma produção de 333 mil toneladas, gerando receita de R$ 1,6 bilhão. Este tipo de fibra, hoje, representa 11% de participação nas receitas da Klabin, sendo reconhecida por possuir maior margem e estabilidade de preço.

“É um produto de alta tecnologia, com fibra longa, o que é altamente sofisticado, podendo entrar em mercados globais, com contratos de longo prazo. Não tem hoje um mercado onde a gente não consiga entrar com ele”, comentou o diretor-geral.

Além disso, Cristiano ressaltou que a celulose fluff da companhia não disputa diretamente com a produção da Suzano – feita de fibra curta de eucalipto. Enquanto a produção da Klabin é destinada ao mercado de perfil premium, para fraldas geriátricas e infantis com maior capacidade de absorção, a de fibra curta é destinada a um consumo mais econômico.

“A intersecção [das duas fibras] passa por alguns absorventes femininos, de fralda, em alguns mercados, para crianças, e já estamos nesse mercado”, afirmou o CEO.

INVESTIMENTOS EM CONVERSÃO DE MÁQUINAS

Teixeira conta, ainda, que a MP 26, máquina instalada em Ortigueira (PR), foi a primeira no mundo construída especificamente para a produção de celulose fluff – geralmente os produtores convertem as máquinas originalmente utilizadas na produção de outros tipos de fibra. Recentemente, Suzano seguiu esse padrão, anunciando um investimento de R$ 490 milhões para a conversão da uma máquina em Limeira (SP).

“Ele é [um produto] de menor valor agregado, mas o investimento também é menor. Nós temos um produto de maior valor agregado, mas que demanda mais investimento, porque trazemos equipamentos novos”, explica o executivo, que garante que a Klabin não irá converter máquinas para este fim. “A gente não vai trabalhar no low end desse setor, apenas no high end, com produto de valor agregado. Estamos estudando máquinas que podem ser de 600 mil a 1 milhão de toneladas [de capacidade produtiva]”.

Diante disso, conforme o CEO, a Klabin aguarda por um ciclo de “desinflação” dos investimentos, com redução de custos fixos, para alocar capital em expansão de capacidades de produção, seja em fluff ou outros tipos de fibra de celulose. Os próximos passos da empresa também precisam estar alinhados à política de controle de endividamento da companhia. “Se essas coisas não acontecerem juntas, provavelmente a gente não vai anunciar nenhum investimento”, declarou.

A companhia também espera impulsionar seu crescimento futuro com as novas capacidades adicionadas em embalagens com o Projeto Puma II e o Projeto Figueira.

Fonte
InfoMoney
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